São Clemente 2025 - Marcelo Adnet
Pequenino, abandonado
Sobrevivo no asfalto
Vagando a rua em seresta para a Lua
Feito de gato e sapato, sem ter nome
Meu banquete é o seu resto
O que me resta é bastante
Da sarjeta vingo a fome
Que nunca sente quem tem colo de madame
E levo na raça
Mesmo sem raça, coleira ou mordaça
Não me apetece julgamento ou mágoa
Olhai por nós, meu protetor
Seja nossa voz, são Francisco de Assis
Olhai por nós, pra semear o amor
Outra criatura, mesmo criador
Nesse mundo cão
Quem me der a mão
Terá sempre um companheiro
Que se entrega por inteiro
Então vai e não demora
Pega a chave e joga fora
Liberdade é pra cantar
Besta fera, bicho homem
De maldade e cativeiro
Ninguém pode tolerar
Não precisa dizer nada
Teu olhar minha morada
Juntos pela madrugada na melhor e na ruim
Quando eu partir, enfim, não chores demais
Volto em outra vida alegrando teus quintais
O meu Brasil é caramelo
Vira lata, sem patente
Amor infindo que adota a São Clemente
De preto, amarelo, sagrado e profano
Bate mais um coração clementiano
São Clemente 2025 - Marcelo Adnet
Pequeñito, abandonado
Sobrevivo en el asfalto
Vagando por la calle en serenata para la Luna
Hecho de gato y zapato, sin tener nombre
Mi banquete es tu resto
Lo que me queda es bastante
De la alcantarilla vengo el hambre
Que nunca siente quien tiene el regazo de una dama
Y lo llevo con garra
Aun sin raza, correa o mordaza
No me interesa juicio o rencor
Mira por nosotros, mi protector
Sé nuestra voz, san Francisco de Asís
Mira por nosotros, para sembrar el amor
Otra criatura, mismo creador
En este mundo perro
Quien me dé la mano
Siempre tendrá un compañero
Que se entrega por completo
Entonces ve y no te demores
Toma la llave y tírala
La libertad es para cantar
Bestia fiera, bicho hombre
De maldad y cautiverio
Nadie puede tolerar
No necesitas decir nada
Tu mirada es mi hogar
Juntos por la madrugada en lo bueno y en lo malo
Cuando me vaya, al fin, no llores demasiado
Regreso en otra vida alegrando tus patios
Mi Brasil es caramelo
Perro mestizo, sin patente
Amor infinito que adopta a São Clemente
De negro, amarillo, sagrado y profano
Late un corazón clementiano más
Escrita por: Marcelo Adnet / Gustavo Albuquerque / Fabiano Paiva / Gabriel Machado / Igor Marinho / Rodrigo Alves / Luizinho do Méier / Baby do Cavaco / Junior Fionda / Thiago Meiners