395px

Paraíso Tuiutí 2025

Samba-Enredo

Paraíso do Tuiutí - Samba-Enredo 2025

[Enredo: Quem Tem Medo de Xica Manicongo?]

A cada 34 horas
Há um assassinato de pessoa LGBTQIAPN+
Colocando o Brasil como número 1 neste tipo de morte violenta
Por isso, trazer luz à história de Xica Manicongo é fundamental
O paraíso do Tuiuti é Xica
Todas somos Xica
Xica vive na fumaça

Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô (mumunha)
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha

Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (pra Exu)
Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê

Só não venha me julgar, ô-ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar

Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão, sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só, eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro

Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha
Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha

(Eu sou) a bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o cis tema
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo, o meu povo vai gritar

Eu, travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana
Tenha consciência humana
Xica vive na fumaça

Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (pra Exu)
Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê

Só não venha me julgar, ô-ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar

Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão, sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só, eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro

Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha
Vim da África Mãe, ê-ô
Mas se a vida é vã, ê-ô, mumunha
Kimbanda me fiz, nganga é raiz
Eu pego o touro na unha

(Eu sou) a bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o cis tema
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo, o meu povo vai gritar

Eu, travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana
Tenha consciência humana
Xica vive na fumaça

Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (pra Exu)
Ê pajubá
Acuendar sem xoxar pra fazer fuzuê
É mojubá
Põe marafo, fubá e dendê

Ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô

Paraíso Tuiutí 2025

Sólo no vengas a juzgarme, oh oh
Por la boca que beso
Por el color de mi blusa
Y la fe que profese
No vengas a juzgarme
Conozco mi deseo
Este dedo que acusa
No me hará parar
Hace tiempo que digo no
Al viejo discurso cristiano
Soy Manicongo
Hay dos cabezas en un corazón
Son tantas y una sola
Soy la transición
Cargo dos mundos en el hombro

Vine de la Madre África, eh-oh
Pero si la vida es vana, eh-oh
Mumunha
Jimbanda me hice
Nganga es raíz
Agarro al toro por los cuernos

La loca, invertida y vulgar
La voz que calló el tema de Cis
La bruja del conservador
El placer y el dolor
Fui a pombogirar en la Jurema

Llama a la Navaja, la de la Playa y la Padilha
Las perseguidas en la parada popular
Y la Mavambo reza en la misma cartilla
Para quienes tienen miedo, mi pueblo va a gritar

Soy travesti
Estoy en la esquina
Para enfrentar la masacre
Que así sea

Mi Tuiutí
Que el Brasil de la tierra plana
Tenga conciencia humana
Chica vive en el humo

¡Sí! Pajubá!
Acuendá sin xoxá para hacer fuzuê
Es Mojubá
Pon marafo, fubá y dendê (para Exu)

Escrita por: Cláudio Russo / Gustavo Clarão