Não Arrastes o Meu Caixão

Não arrastes o meu caixão
Que o macadame tornou-se infame
E a traição dificulta a tração

É por isso que volto à poeira
Menos atroz o atrito à madeira
Nas tábuas do meu caixão
Os ornamentos tornaram-se lisos
Vaidade morta, só restam narcisos
Em coroa no meu caixão

Não arrastes o meu caixão
Que as carpideiras perderam maneiras
E o cortejo tornou-se motejo
Em epitáfios talhados por cegos
Entre sevícias entrego-me aos pregos
Das tábuas do meu caixão

Do meu sarcófago fazes saltérios
Como a uma lira dedilhas o lírios
Em coroa no meu caixão

O estranho esquife espiaras, esconso
Na valsa convulsa em volta do vulto
Que habita no meu caixão.

No arrastre mi ataúd

No arrastre mi ataúd
Que el macadam se ha vuelto infame
Y la traición hace que sea difícil dibujar

Por eso vuelvo al polvo
Menos fricción atroz a la madera
En las tablas de mi ataúd
Los adornos se han vuelto suaves
Vanidad muerta, sólo quedan narcisos
Corona en mi ataúd

No arrastre mi ataúd
Que las criadas han perdido sus modales
Y la procesión se convirtió en motege
En epitafios tallados por los ciegos
Entre sevicios me entrego a las uñas
De las tablas de mi ataúd

Haces salterios con mi sarcófago
Como una lira digitación de los lirios
Corona en mi ataúd

Los extraños espías del esquife, escondidos
En el vals ferina alrededor de la figura
Que mora en mi ataúd

Composição: