Pelo vitrô dentro de um quarto em minha frente
Vejo um vulto diferente, não posso compreender
Me aproximo de tanta curiosidade porque o vulto,na verdade Chega a me surpreender
E por detrás de uma curtina transparente,
Sobre luz fosforescente vejo um corpo de mulher
Que aparenta vinte anos,mais ou menos,
Pelo que eu estou sabendo, meu carinho ela nao quer...
E eu me perco diante de tanta beleza,
Presente da natureza,ela merece também,
Quando se veste,roupa intima e elegante,
Com seu jeito provocante nao parece com ninguem
Se retrocede num instante tao segura
Num sorriso de ternura,beija no vaso uma flor
E ela se curva sobre a cama lentamente
E despercebidamente ela faz cenas de amor
No desespero de uma vida tao vazia,curte o som sem alegria
Em seu quarto de mansao.
Quando se perde entre um som de um toca-fitas
Eu a vejo mais bonita do meu quarto de pensao...
E ela contempla o seu corpo calmamente,com um jesto diferente banha o rosto abrasador
E eu delirando num vitrô quase fechado,num calor desesperado, quase morrendo de amor.
Discretamente sai do quarto e feicha a porta,
Logo depois ela volta do banho pra se enxugar
E ela se esconde na toalha umidecida,
Sobre uma luz colorida que está pra se apagar
Nessa ternura,devagar vai se deitando,
Suas maos vao deslizando para o sono começar...
A luz se apaga, tudo acaba e eu fico triste
De saber que nada existe entre nós,eu vou chorar...
A luz se apaga, tudo acaba e eu fico triste
De saber que nada existe entre nós,eu vou chorar...
vou chorar...vou chorar...