Melo da Estética do Fracasso
Eu não sou nenhum santo
Também nenhum gênio
Não tenho muitos amigos
E não sou fotogênico
Ando sempre duro, mas num da pra reclamar,
Pois sempre meu miojo eu poço comprar
Olha pra minha fuça: eu sou feio e esquisito,
Mas de novo eu ignoro, pois meu amor diz que sou bonito.
Minha caligrafia é uma coisa muito torta
E minha sorte já ta quase morta
Uma vez por ano, eu sou roubado,
Mas num faço nada pra num ser mais lesado
Eu num falo mentira, mas não acreditam no que falo
E por essas e por outras é que eu nunca me calo.
Eu não sou muito forte, mas também não sou fraco,
Por isso que eu canto pra estética do fracasso
Eu sou zirimba e às vezes me dou bem
Mas essa de tirar onda isso não me convém
Eu não sou rapper, eu não sou roqueiro
Eu não sou cluber e nem pagodeiro
Ouço qualquer coisa, mas num sou eclético
E levo muito esporro por tentar ser ético
Nem todos os planos eu vou concluir
E não é por causa disso que não vou sorrir.
Estrebilho
Quando eu canto, eu nunca entro no tom
E não é sempre que causo boa impressão
Quem me desconhece acha que sou anarquista
Mas na verdade eu sou só um capitalista
Eu não to gordo, mas to acima do peso,
Mas sempre me gastam de já estar obeso
Quando resolvo sair todo arrumado
Tem sempre um toró pra me deixar ensopado
Tenho que ir a pé pra economizar,
Mas meu esporte favorito é caminhar
Mesmo duro, com poucos amigos dou uma zoada,
De lapa, de buzão, com a minha namorada.
E aprendi a dar valor ao que eu tenho
Pois aproveitar minha existência é meu empenho
Estribilho
Eu não sou animado, mas tou sempre ansioso.
Não dou pra ser humilde, tento não ser orgulhoso.
Me falam todo dia que eu tou fora de moda
Mas num tenho uma semana que num dou uma boa foda
Eu sei que falta muita coisa em min,
Mas se for pra resumir eu mesmo assim.
Estribilho
Canción de la Estética del Fracaso
No soy ningún santo
Tampoco ningún genio
No tengo muchos amigos
Y no soy fotogénico
Siempre ando duro, pero no puedo quejarme,
Porque siempre puedo comprar mi fideo instantáneo
Mira mi cara: soy feo y raro,
Pero de nuevo lo ignoro, porque mi amor dice que soy bonito.
Mi caligrafía es muy torpe
Y mi suerte está casi muerta
Una vez al año, me roban,
Pero no hago nada para no ser más perjudicado
No miento, pero no creen lo que digo
Y por eso es que nunca me callo.
No soy muy fuerte, pero tampoco soy débil,
Por eso canto por la estética del fracaso
Soy raro y a veces me va bien
Pero eso de alardear no me conviene
No soy rapero, no soy rockero
No soy fiestero ni pagodeiro
Escucho de todo, pero no soy ecléctico
Y me regañan mucho por intentar ser ético
No voy a cumplir todos los planes
Y no por eso dejaré de sonreír.
Estribillo
Cuando canto, nunca entro en el tono
Y no siempre causo buena impresión
Quienes no me conocen piensan que soy anarquista
Pero en realidad solo soy un capitalista
No estoy gordo, pero estoy pasado de peso
Pero siempre me critican por estar obeso
Cuando decido salir arreglado
Siempre hay un aguacero para dejarme empapado
Tengo que ir a pie para ahorrar,
Pero mi deporte favorito es caminar
Aunque esté duro, con pocos amigos me divierto,
De fiesta, en bus, con mi novia.
Y aprendí a valorar lo que tengo
Porque aprovechar mi existencia es mi objetivo
Estribillo
No soy animado, pero siempre estoy ansioso
No puedo ser humilde, intento no ser orgulloso
Me dicen todos los días que estoy pasado de moda
Pero no hay una semana en la que no tenga un buen polvo
Sé que me falta mucho
Pero si tengo que resumir, así soy.
Escrita por: Tiago MIçanga