Quem vê aquele ranchinho
Lá na beira da estrada
Rodeado de cipó
Pertinho da encruzilhada

Tá uma taperinha véia
Vive só abandonada
Alembro e tenho saudade
Da minha velha morada

Levantava bem cedinho
Era bem de madrugada
Tomava meu cafezinho
E pegava na enxada

Pra cuidar da minha roça
E tratar da minha amada
Ela não me deu valor
E fugiu sem dizer nada

Quem vê na porta do rancho
Tem uma cruz ali fincada
Ali matei meu amor
Aquela ingrata malvada

Ela estava arrependida
Voltava desesperada
Dei-lhe dois tiros no peito
Que hora amaldiçoada

Vivo sozinho no mundo
Todo o povo me odeia
Ninguém quer falar comigo
Olhando com a cara feia

Vou cumprindo a minha sina
Nas grades de uma cadeia
O homem deve ser homem
E correr sangue nas veia

Eu já contei pra vocês
A história do meu passado
E muito tenho sofrido
Por ter um dia pecado

Tô pagando pelo crime
Que há tempo foi praticado
Tô sofrendo aqui na terra
Pra no céu ser perdoado

Composição: Silveira