Operário não tem mamata
Sem fazer experiência
Professor bom não aceita
Um aluno sem frequência
Homem direito não fala
Uma coisa sem consciência
O nosso Brasil já é
Uma terra de independência
Na presidência não fica
Governo sem competência

No tempo de Lua cheia
Não tem uma noite escura
Quem tem sorriso bacana
E velha sem dentadura
Mocinha não sai do quarto
Antes de passar pintura
O pobre não fica rico
Sem fazer uma aventura
Não há vivente no mundo
Que tenha a vida segura

Não há comida ruim
Quando a pessoa tem fome
Não volta a palavra atrás
Aquele que quer ser homem
E não há nada mais triste
Do que se perder o nome
Não tem certa segurança
Mulher que o marido some
Não canta mais no poleiro
O galo que a gente come

Não existe a inocência
Com esse mundo moderno
Nunca se vê uma imagem
De santo usando terno
E não há nada mais puro
Do que o amor materno
A dívida não fica velha
Pra cobrar lá no inferno
Não existe a salvação
Sem ter fé no pai eterno

Composição: Silveira / Silveirinha / Zé Vieira