O Que Será (A Flor Da Terra)

E todos os meu nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

O que será que lhe dá
O que será meu nego, será que lhe dá
Que não lhe dá sossego, será que lhe dá
Será que o meu chamego quer me judiar
Será que isso são horas dele vadiar
Será que passa fora o resto da dia
Será que foi-se embora em má companhia
Será que essa criança quer me agoniar
Será que não se cansa de desafiar
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que será
Que dá dentro da gente, que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de um folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem juízo

Lo que será (La flor de la tierra)

Y todos mis nervios están suplicando
Y todos mis órganos están llorando
Y una aflicción horrible me hace suplicar
Lo que no tienes vergüenza, ni tendrás nunca
Lo que no tiene gobierno, ni nunca tendrá
Lo que no tiene sentido

Me pregunto qué te da
¿Cuál será mi negación, te dará
Eso no te da paz, ¿te da
Mi hijo me quiere?
¿Es hora de que lodia
¿Pasas el resto del día?
¿Se fue en mala compañía?
Me va a tener hijos?
¿No se cansa de desafiar
Lo que no tiene descanso, ni nunca tendrá
El que no tiene fatiga, ni lo hará nunca
Lo que no tiene límite

Me pregunto qué será
Eso va dentro de nosotros, que no deberíamos
Eso nos conjuga, eso es revelia
Eso se hace un brandy que no se saca
Que está hecho para estar enfermo con una juerga
Que no diez mandamientos se reconciliarán
No todos los ungüentos aliviarán
No todos los descansos, toda la alquimia
Y no todos los santos, ¿será
Lo que no tiene gobierno, ni nunca tendrá
Lo que no tienes vergüenza, ni tendrás nunca
Lo que no tiene sentido

Composição: Chico Buarque