Quando chego num baile de rancho
Que a cordeona começa a se abrir
Vou mirando pra porta do quarto
Da donde as muchachas costumam sair

Vejo fitas e tranças compridas
Perfumadas de manjericão
Brilhantina e cheiro de extrato
Que o velho mascate vendeu no rincão

O gaiteiro destampa a cordeona
Que se espicha, se encolhe e se dobra
No carteio do baile de rancho
A mais feia da sala é que sempre me sobra

Tiro a poeira da sola da bota
No compasso desse vanerão
E na voz de fumo e se vamo
Parece que entramo pra dentro do chão

Composição: Telmo de Lima Freitas