Falou e Disse

Gavião da minha foice não pega pinto
Também a mão de pilão não joga peteca
O cabo da minha enxada não tem divisa
As menina dos meus olhos não tem boneca

A bala do meu revólver não tem açúcar
No cano da carabina não vai torneira
A porca do parafuso nunca deu cria
Na casa do João de Barro não tem goteira

O cravo da ferradura não vai no doce
A Serra da Mantiqueira nunca serrou
A pata do meu cavalo não bota ovo
Eu não vou comer o pão que o diabo amassou

Os quatro reis do baralho não tem castelo
Também o quatro de paus não é de madeira
Por onde o navio passa não tem asfalto
Caminho que vai pra lua não tem poeira

Cachaça não dá rasteira, derruba a gente
A língua da fechadura não faz fofoca
Pra fazer este pagode não foi brinquedo
Eu me virei no avesso e não sou pipoca

Habló y dijo

Halcón con mi hoz no recibe polla
Además, la mano del mortero no juega al volante
El mango de mi azada no tiene chevron
Las niñas de mis ojos no tienen muñeca

La bala de mi revólver no tiene azúcar
No hay grifo en el cañón de la carabina
La tuerca nunca dio a luz
En la casa de João de Barro, no hay fuga

El clavo de herradura no va en el caramelo
La Serra da Mantiqueira nunca serrada
La pata de mi caballo no pone huevos
No comeré el pan que amasó el diablo

Los cuatro reyes de la baraja no tienen castillo
Además el cuatro de bastos no es de madera
Por donde pasa el barco no hay asfalto
El camino que va a la luna no tiene polvo

La cachaça no tropieza, nos tumba
La lengua de la cerradura no chismea
Hacer esta pagoda no era un juguete
Me di la vuelta y no soy palomitas de maíz

Composição: Lourival dos Santos / Piraci / Tião Carreiro