[Trevo]
Santuário de emoções, sistema carcerário sanatório de vilões
Sanitário de corações, ignoram suas orações
Julgam suas ações e os trancam entre portões
E eu sou mais um em Salvador
Teimando em gritar que na Bahia tem amor
A Tv só mostra dor
Na rua cena de terror
Não vejo o meu futuro nem em carta de tarot
Paranóia é autoajuda
Por minha nóia de ser poesia, minha preta ganhou a fuga
Ôh preta, tu é pé no chão
Eu sou cabeça na lua
Tu é cabeça no trampo
E eu sempre com o pé na rua
O pensamento é utópico
Não aturo Mc's com pensamento microscópico
Sem raciocínio lógico, sem meta
Aqui quem manda papo torto vira atração do linha direta
Diretamente da selva de concreto
Onde as baratinhas truculentas saem do esgoto de Neto
Não respeitam o seu dialeto
Pró vida te mata e defende um feto
Se tu é preto, cuidado com a Peto!
[Kasper]
Os heróis dessa pátria morta
Se fuderam de overdose enchendo a napa depois
Da última abordagem... Quem viu?
Século Xv mataram de cirrose quem por amor
A pachamama fazia sua viagem
Esqueceram a terra e viram vaidade
E eu de passagem vi eles pararem fazendo um busão
E um navio de pretos sangrarem
A semelhança entre os transporte e louco
As baratas de neto vão pra perto do esgoto
Mas onde a céu aberto os esgoto se espalha?
Se chover casas descem
Se tem corpo choveu bala
Genocídio crescendo que nem fogo em palha
Isso é uma paranóia ou comunidade parece senzala
Já viu que toda favela e maloca parece quilombo
Que além jazz meu rap tem essência de jongo
Alegria de Olinda e revolta pelas dores no lombo
Passo até tombear se me lombrar, mas não tombo
Padrao dessa mídia branca não cola, desiste!
No peito preto a garra de Maria Filipa existe
Igual o quilombo do urubu Zeferina, aqui nós resiste
O que e bom torne pra todos o que é mal despiste
Não sou de poupar léguas nem me vender por "all Pitt"
Patriarcalismo abrindo ferida
E eu me inspirando em pintar minha vida igual a Frida
E a hipocrisia dançado e rondando atraindo os atores perdidos pista