Bate o tambor, cala a mata
Espera a cascata vem chegando Xangô
Salta dos olhos um negro guerreiro
Dispensa o cheiro, essência de flor
Outro em transe pragueia e ostenta a espada
Desfia o senhor
Festa, milagre, maldade, mentira ou verdade
Quem não ajoelhou
Naquele instante nem pio, nem bicho
E o rio esperou por pudor
Ninguém atrave um palpite, não há mais limite
Vem aí o Senhor
Clarão na gruta e agora se escuta o tropel do além
Cala toda a natureza, se rende a beleza, os céus dizem amém
Surge um caminho no espaço
E traz cabisbaixo nosso redentor
Vem, protegei minha gente, nos encare de frente,
Salve o vingador
E se levanta o demente, se curva o descrente e saúda a visão
Bate o tambor, chia o açoite, se vai com a noite toada aparição
Deixa no ar a pergunta se a trama conjunta foi sonho Zumbi
Deixa também a espada cravada na moita
Isso eu não esqueci..

Composição: