Velho Arvoredo
Eu te esqueci muito cedo
Pelo tempo que passou
Tal como um velho arvoredo
Que o vento não derrubou
Tronco mudado em rochedo
Pedra transformada em flor
E eu fui ficando sozinho no pó do caminho
Me desenganando, sofrendo e chorando
E mantendo em segredo
Essa minha ilusão
Que me escapou de entre os dedos
Pra não sei que outras mãos
E eu me tornei o arremedo
De tudo aquilo que eu não sou
Mas eu jamais retrocedo
O que passou passou
Já superei, mas só eu sei
O mesmo jamais eu serei
Feito a madeira o machado inclinando
Eu por fora estou cicatrizando
E por dentro sangrando, afastado do medo
Mas sozinho, tal como o velho arvoredo
Que não serve ao tempo nem ao lenhador
E o vento abandonou
Viejo Arbolado
Te olvidé muy temprano
Por el tiempo que pasó
Como un viejo arbolado
Que el viento no derribó
Tronco convertido en peñasco
Piedra transformada en flor
Y me fui quedando solo en el polvo del camino
Desilusionado, sufriendo y llorando
Y guardando en secreto
Esta mi ilusión
Que se me escapó de entre los dedos
Para no sé qué otras manos
Y me convertí en la imitación
De todo aquello que no soy
Pero jamás retrocedo
Lo pasado, pasado está
Ya lo superé, pero solo yo sé
Que nunca seré lo mismo
Como la madera al hacha inclinando
Por fuera estoy cicatrizando
Y por dentro sangrando, alejado del miedo
Pero solo, como el viejo arbolado
Que no sirve al tiempo ni al leñador
Y el viento abandonó
Escrita por: Helio Delmiro / Paulo César Pinheiro