Dialeto
Não vou te machucar
Mais do que já fiz
Na nossa coleção
Já não cabe outra cicatriz
E tão difícil quando eu
Deito só e não sei como agir
As coisas que a gente automatizou
Não parecem mais vir
Com precisão
E eu parei de insistir,
Desculpe então
Você merece o mundo
E eu talvez não
Armários e gavetas sem
Nada seu pra guardar
É tão estranho como
As coisas mudam sem avisar
Se é tão difícil me tirar de casa eu não sei,
Mas prefiro assim
Os dialetos que a gente inventou
Não parecem mais vir
Com precisão
E eu parei de insistir,
Desculpe então
Você merece o mundo
E eu talvez não
Se o tempo nos fizer melhor
E somarmos juntos sem nos diminuir
Calados nos comunicar
Do jeito que a gente sempre fez
E em algum momento se esqueceu de fazer
Dialeto
No voy a lastimarte
Más de lo que ya lo hice
En nuestra colección
Ya no cabe otra cicatriz
Y es tan difícil cuando yo
Me acuesto solo y no sé cómo actuar
Las cosas que automatizamos
Ya no parecen venir
Con precisión
Y dejé de insistir,
Disculpa entonces
Tú mereces el mundo
Y yo tal vez no
Armarios y cajones sin
Nada tuyo que guardar
Es tan extraño cómo
Las cosas cambian sin avisar
Si es tan difícil sacarme de casa no sé,
Pero prefiero así
Los dialectos que inventamos
Ya no parecen venir
Con precisión
Y dejé de insistir,
Disculpa entonces
Tú mereces el mundo
Y yo tal vez no
Si el tiempo nos hace mejor
Y sumamos juntos sin disminuirnos
Callados nos comunicamos
Como siempre lo hicimos
Y en algún momento olvidamos hacerlo
Escrita por: Gabriel Zander