395px

Boiadeiro

Ze do Cedro e João do Pinho

Boiadeiro

Chapéu quebrado na testa
Bem ao gosto das meninas
Meu traje de boiadeiro
Onde o couro predomina

O meu cavalo de raça
Frente aberta e meia crina
Eu vou tocando a boiada
E cumprindo a minha sina

Boiadeiro sou por gosto
Faço aquilo que me inclina
Montando e jogando laço
Na lida ninguém me ensina

Se vejo a morte por perto
Tenho fé na luz divina
Faço pra que reza forte
Com meu gênio não combina

Boiada vai caminhando
Serra abaixo e serra acima
Formando nuvens de pó
Que se espalha na campina

E quando o gado estoura
E a correr se desatina
Jogo o laço e jogo a vida
Na lida que me fascina

Nasci pra ser boiadeiro
Não pra ser gente grã-fina
Vivo no meio da poeira
Onde o perigo é rotina

Nas patas do meu cavalo
Não tem boi que me domina
A estrada da minha vida
Só Deus sabe aonde termina

Boiadeiro

Sombrero roto en la frente
Al gusto de las chicas
Mi traje de vaquero
Donde predomina el cuero

Mi caballo de raza
Frente abierta y crin media
Voy guiando al ganado
Y cumpliendo mi destino

Soy vaquero por gusto
Hago lo que me inclina
Montando y lanzando lazo
En el trabajo nadie me enseña

Si veo la muerte cerca
Tengo fe en la luz divina
Rezo con fuerza
No concuerda con mi carácter

El ganado va avanzando
Bajando y subiendo la sierra
Formando nubes de polvo
Que se esparcen en la llanura

Y cuando el ganado se desboca
Y corre descontrolado
Lanzo el lazo y arriesgo mi vida
En el trabajo que me fascina

Nací para ser vaquero
No para ser gente de alta sociedad
Vivo en medio del polvo
Donde el peligro es rutina

En las patas de mi caballo
No hay toro que me domine
El camino de mi vida
Solo Dios sabe dónde termina

Escrita por: Pedro Thomaz de Aquino / Zé do Cedro