bomba pra caralho * (remix) (part. ALICE GUÉL e POV3DA)
Travesti nossa
Travesti nossa
Travesti nossa que está
Santificado seja o vosso nome
Baseado em carne viva e fatos reais
É o sangue dos meus que escorre pelas marginais
E vocês fazem tão pouco, mas falam demais
Fazem filhos iguais
Assim como seus pais
Tão normais e banais
Em processos mentais
Sem sistema digestivo, lutam para manter vivo
Morto, vivo
Morto, vivo
Morto
Morto
Morto
Agora é vida
Pra quem já nasce morta, estar viva é a própria prova
De que todo esse sistema não me afeta nem derrota
Pelo contrário
Já até passou da hora de tu entender
Que a cada uma morta, trinta e cinco vão nascer
E eu sigo suportando mesmo é pra ver
O sonho das bixa travesti acontecer
Desde pequena me persegue até cansar
Dias ajoelhada, pedindo pra Deyse me acalmar
Mandar um milagre ou sei lá
Um segundo a mais pra respirar, um pouco de ar
Já tô cansada, exausta de tanto apanhar
Por isso ando pronta pra deitar quem peitar
Quem vai ousar tumultuar, hã?
Cê vai ousar tumultuar, ah, é?
O céu vai se abrir, o chão vai tremer
Rios de vidas vão fluir, e eu não vou morrer
Awoman
Bomba pra caralho
Bala de borracha
Censura, fratura exposta, fatura da viatura
Que não atura pobre, preta, revoltada
Sem vergonha, sem justiça, tem medo de nós
Não suporto a ameaça dessa raça
Que pra sua desgraça
A gente acende, aponta, mata, cobra, arranca o pau
E posto pra todo mundo ver
Tem fogo no rabo, passa, faz fumaça
Faça chuca ou faça Sol
É uó, o ócio do comício em ofício
Que policia o comércio de lucros e loucos
Que aos poucos arranca o couro dos outros mais pretos que louros
Os mouros
Morenos, mulatos, pardos de papel
Passado, presente, futuro, mais que perfeito
Em cima do muro, embaixo de murro
No morro, na marra
Quem morre sou eu
Ou sou eu quem mata?
Quem mata, quem multa, quem mata sou eu
Ou sou eu quem mata?
Quem mata, quem multa, quem mata sou eu
Ou sou eu quem mata?
É mais um corpo que cai enquanto você se distrai
É mais um corpo que cai enquanto você se distrai
É o meu corpo, o seu corpo
O meu corpo, o nosso corpo
É mais um corpo que cai enquanto você se distrai
É mais um corpo que cai enquanto você se distrai
É mais um corpo que cai enquanto você se distrai
É mais um corpo que cai enquanto você se distrai
Cai, cai, cai
É o meu corpo que cai
(Mas pra você tanto fez)
Mas pra você tanto faz
Tanto fez, tanto faz
Mas é o meu corpo que cai
bomba para carajo * (remix) (parte. ALICE GUÉL y POV3DA)
Travesti nuestra
Travesti nuestra
Travesti nuestra que estás
Santificado sea tu nombre
Basado en carne viva y hechos reales
Es la sangre de los míos que corre por las calles
Y ustedes hacen tan poco, pero hablan demasiado
Tienen hijos iguales
Así como sus padres
Tan normales y banales
En procesos mentales
Sin sistema digestivo, luchan por mantener vivo
Muerto, vivo
Muerto, vivo
Muerto
Muerto
Muerto
Ahora es vida
Para quien nace muerta, estar viva es la propia prueba
De que todo este sistema no me afecta ni derrota
Por el contrario
Ya es hora de que entiendas
Que por cada una muerta, treinta y cinco van a nacer
Y sigo soportando solo para ver
El sueño de las travestis bixas realizarse
Desde pequeña me persigue hasta cansar
Días arrodillada, pidiendo a Deyse que me calme
Enviar un milagro o no sé
Un segundo más para respirar, un poco de aire
Ya estoy cansada, exhausta de tanto golpear
Por eso estoy lista para tumbar a quien se interponga
¿Quién se atreverá a causar tumulto, eh?
¿Te atreverás a causar tumulto, ah, eh?
El cielo se abrirá, la tierra temblará
Ríos de vidas fluirán, y no moriré
Amén
Bomba para carajo
Bala de goma
Censura, fractura expuesta, factura de la patrulla
Que no soporta pobre, negra, rebelde
Sin vergüenza, sin justicia, tiene miedo de nosotros
No soporto la amenaza de esta raza
Que para su desgracia
Nosotros encendemos, apuntamos, matamos, cobramos, arrancamos el palo
Y mostramos para que todos vean
Hay fuego en el trasero, pasa, hace humo
Haz enema o haz Sol
Es horrible, el ocio del comicio en oficio
Que policía el comercio de ganancias y locos
Que poco a poco arranca la piel de los demás más oscuros que rubios
Los moros
Morenos, mulatos, pardos de papel
Pasado, presente, futuro, más que perfecto
En la cuerda floja, bajo golpes
En el morro, a la fuerza
Quien muere soy yo
¿O soy yo quien mata?
Quien mata, quien multa, quien mata soy yo
¿O soy yo quien mata?
Quien mata, quien multa, quien mata soy yo
¿O soy yo quien mata?
Es otro cuerpo que cae mientras tú te distraes
Es otro cuerpo que cae mientras tú te distraes
Es mi cuerpo, tu cuerpo
Mi cuerpo, nuestro cuerpo
Es otro cuerpo que cae mientras tú te distraes
Es otro cuerpo que cae mientras tú te distraes
Es otro cuerpo que cae mientras tú te distraes
Es otro cuerpo que cae mientras tú te distraes
Cae, cae, cae
Es mi cuerpo que cae
(Pero para ti tanto da)
Pero para ti tanto da
Tanto da, tanto da
Pero es mi cuerpo que cae
Escrita por: Alice Guél / Linn da Quebrada