395px

La chatarra de un vaquero

Amado Edílson

As Tralhas de Um Vaqueiro

Tenho no meu escritório
Num cantinho reservado
As tralhas de um vaqueiro
Que já trabalhou com gado

Eu sendo doutor formado
Um amigo perguntou
Me responda por favor
Eu não consigo entender
Estás guardando pra quê?
Esses troços sem valor

Amigo eu vou lhe explicar
O motivo e a razão
Antes de eu ser um doutor
Eu morava no sertão
Meu pai com os calos na mão
Agarrado com a enxada
Numa labuta danada
Ganhando pouco dinheiro
Trabalhava de vaqueiro
Numa terra abençoada

Meu pai ficou no sertão
E eu fui morar na cidade
O que ganhava na roça
Pagava a minha faculdade
Ele longe com saudade
Às vezes sem comer nada
Dormindo numa rede rasgada
E eu numa cama quente
Eu não posso simplesmente
Fingir que não sei de nada

Tá vendo aquela cabaça
Pendurada na parede
Tinha nela pouca água
Que papai matava a sede
Guardei os punhos da rede
Da rede que ele deitava
E a tarrafa que pescava
Aqui eu também guardei
Pra chegar onde eu cheguei
Sem meu velho eu não chegava

Tá vendo aquele gibão
Tem a poeira da estrada
Esse chapéu de vaqueiro
E um troféu de vaquejada
São eles que é bem guardados
Que comigo longe vai
Do escritório não sai
Eu guardo com muito amor
Se hoje eu sou um doutor
Eu devo tudo ao meu pai

Enquanto eu estudava
Nos bancos da faculdade
Meu velho pai trabalhava
No roçado até mais tarde
Com muita dificuldade
Sempre mandava dinheiro
É meu herói, meu guerreiro
Contei tudo pra você
E tenho orgulho em dizer
Que meu pai foi um vaqueiro

É meu herói, meu guerreiro
Contei tudo pra você
E tenho orgulho em dizer
Que meu pai foi um vaqueiro

La chatarra de un vaquero

Lo tengo en mi oficina
En un rincón privado
La porquería de un vaquero
Que una vez trabajó con el ganado

Yo siendo un doctor graduado
Un amigo preguntó
Contéstame, por favor
No puedo entenderlo
¿Para qué lo guardas?
Estas secciones sin valor

Amigo te lo explicaré
La razón y la razón
Antes de ser médico
Vivía en el bosque
Mi padre con sus callos en la mano
Se estrelló con la azada
En un maldito trabajo
Ganar poco dinero
Trabajó como vaquero
En una tierra bendita

Mi padre se quedó en el bosque
Y me fui a vivir a la ciudad
Lo que gané en el campo
Pagué mi universidad
Él se va con nostalgia
A veces sin comer nada
Dormir en una red rota
Y yo en una cama caliente
No puedo
Finge que no sé nada

¿Ves esa calabaza?
Colgando en la pared
Había poca agua en ella
Que papá solía saciar su sed
Mantuve los puños de la red
De la red que yacía
Y la tarrafa que pescaba
Aquí también guardé
Para llegar a donde llegué
Sin mi viejo no sería suficiente

¿Ves ese doblete?
Conseguí el polvo de la carretera
Ese sombrero de vaquero
Y un trofeo de vaquejada
Son ellos los que están bien custodiados
Que conmigo muy lejos va
Desde la oficina no sale
Lo guardo con mucho amor
Si hoy soy médico
Le debo todo a mi padre

Mientras estudiaba
En los bancos de la universidad
Mi padre solía trabajar
En el chal hasta más tarde
Con mucha dificultad
Siempre enviaba dinero
Es mi héroe, mi guerrero
Te lo dije todo
Y estoy orgulloso de decir
Que mi padre era un vaquero

Es mi héroe, mi guerrero
Te lo dije todo
Y estoy orgulloso de decir
Que mi padre era un vaquero

Escrita por: