395px

El Zapatero

Apolo Zero

O Sapateiro

Boa tarde, seu moço
Que usa um chapéu de lado
Vim aqui bater um papo
Pra ver se podes me ajudar

Hoje me deparei
Com meu sapato rasgado
O bico todo malamanhado
Precisando de atenção

Não sei
Por qual poça eu passei
Ou topada que levei
Naquele dia lá da trilha
Trilha longa e cansativa
Onde eu encontrei
Solidão
Um areial danado
Tava um calor amuado
Foi lá que encontrei coisa
Que eu nunca tinha visto antes

Você, seu moço
Que é sapateiro e cheio de freguês
Profissão essa que era mais famosa
E era moda em 73, como dizia Belchior

Fale-me um pouco mais
Se tem jeito o meu sapato velho
Se tem conserto depois desse mistério
Que me chegou e acabou com tudo que era certo

Eu garanto não sei
Por qual poça eu passei
Ou topada que levei
Naquele dia lá da trilha
Trilha longa e cansativa
Onde eu encontrei
Solidão
Um areial danado
Tava um calor amuado
Foi lá que encontrei coisa
Que eu nunca tinha visto antes

Em topada
Caminhada
Trilha mal planejada
Saída pra caçar
Ou só vontade de andar
Sentimento de liberdade
Alma quer veracidade
Pode até ter rasgado
Mas coisa boa ele te deu

Falou-me o sapateiro
Não cobrou nenhum dinheiro
Disse que era feliz só por conversar
E que meu sapato tinha, sim
Um conserto

El Zapatero

Buenas tardes, señor
Que lleva un sombrero de lado
Vine a charlar un rato
Para ver si puedes ayudarme

Hoy me encontré
Con mi zapato roto
La punta toda desgastada
Necesitando atención

No sé
Por qué charco pasé
O tropezón que tuve
Ese día en el sendero
Sendero largo y agotador
Donde encontré
Soledad
Una arena maldita
Hacía un calor sofocante
Fue ahí donde encontré algo
Que nunca antes había visto

Tú, señor
Que eres zapatero y tienes muchos clientes
Un oficio que solía ser más famoso
Y era moda en el 73, como decía Belchior

Cuéntame un poco más
Si hay arreglo para mi viejo zapato
Si tiene reparación después de este misterio
Que llegó y arruinó todo lo que era seguro

Te juro que no sé
Por qué charco pasé
O tropezón que tuve
Ese día en el sendero
Sendero largo y agotador
Donde encontré
Soledad
Una arena maldita
Hacía un calor sofocante
Fue ahí donde encontré algo
Que nunca antes había visto

En tropezón
Caminata
Sendero mal planeado
Salida para cazar
O simplemente ganas de caminar
Sentimiento de libertad
Alma quiere autenticidad
Puede que se haya roto
Pero algo bueno te dio

Me dijo el zapatero
No cobró ni un centavo
Dijo que era feliz solo por conversar
Y que mi zapato tenía, sí
Una reparación

Escrita por: João Pedro Costa