Mentira
Mentira!
Eu não sei pra onde eu vou ao sair daqui.
Me perguntam tanta coisa, mas eu sou tão jovem,
Me oferecem tanto que eu me sinto pobre.
Me tiram!
Me tiram do sério quando me olham da cabeça aos pés.
Eu já ouvi tanta bosta mas eu sou tão jovem,
Me viram as costas quando eu quero que olhem,
E ainda dizem que eu preciso me acalmar!
Me pedem tanta calma, mas eu sou tão jovem,
Jogam sal na minha boca quando eu vou gritar!
Planta a miséria pra colher silêncio,
Trocaram as minhas janelas por espelhos
E ainda dizem que é melhor eu me cuidar!
Queria!
E ainda quero poder viver do que eu sei fazer,
Mas se não é concreto dizem que é detalhe,
Eu vou tentar mesmo que você fale
Que não dá, que não há tempo.
Me pedem tanto tempo, mas eu sou tão jovem,
Me pedem atenção, mas eu durmo tão mal,
Me passam mão em mão, como se eu fosse uma bomba,
Me pedem o que eu não tenho, pra eu não me dar conta,
Do quanto meu endereço fica longe do meu lar...
Mentira
¡Mentira!
No sé a dónde voy cuando salgo de aquí.
Me preguntan tantas cosas, pero soy tan joven,
Me ofrecen tanto que me siento pobre.
Me sacan de quicio
cuando me miran de arriba abajo.
He escuchado tanta basura, pero soy tan joven,
Me dan la espalda cuando quiero que me miren,
¡Y aún dicen que debo calmarme!
Me piden tanta calma, pero soy tan joven,
Me echan sal en la boca cuando quiero gritar.
Siembran miseria para cosechar silencio,
Cambiaron mis ventanas por espejos
¡Y aún dicen que es mejor que me cuide!
Quisiera
y aún quiero poder vivir de lo que sé hacer,
Pero si no es concreto dicen que es un detalle,
Voy a intentarlo aunque digas
que no se puede, que no hay tiempo.
Me piden tanto tiempo, pero soy tan joven,
Me piden atención, pero duermo tan mal,
Me pasan de mano en mano como si fuera una bomba,
Me piden lo que no tengo, para que no me dé cuenta,
De lo lejos que está mi dirección de mi hogar.
Escrita por: Armando Fernal