395px

No vine para pasar desapercibido

Barro

Não Vim Pra Passar Batido

Não tô aqui de passagem
Tô no meio da viagem
Vim aqui pra me encontrar

Não tô aqui a passeio
Sou parceiro do futuro
Da noite do que virá

Eu levo a vida de indivíduo
Sou lançado, desvalido
Sou um cantor popular

Eu tô no meio do meu perigo
Olhando pro precipício
Querendo me abocanhar

Eu sou caipira
Pirapó
Nossa senhora
Piraçava, piraúna
Pirangi e Pirauá

Eu sou Paraíba e Pernambuco
Sergipano
Sou cafuso
Salvador
Paranauá

Não vim pra passar batido
Não vim pra passar batido, não

Vai dando espaço pela rua que eu cheguei
Passar batido nesse corre eu nem pensei
Que a água corre só para o mar isso eu já sei
Grande fluxo no meu rio transbordou mais uma vez

É no repente que a poesia eu amarro
Passar o mar pelo sertão fazendo barro
Dou mais um giro e fecho o ciclo improvisado
É bom para botar roça e deixe que o terreiro eu varro

Observando a natureza do lugar
Vejo onde o pássaro canta para o meu ninho gorjear
De grão em grão a mata inteira vai vingar
E essa mesma resistência no meu solo eu vou plantar

E essa semente eu vou guardar
O vento é o alimento, desce o sol no firmamento,
Acelero o pensamento pro meu verso te encontrar

No vine para pasar desapercibido

No estoy aquí de paso
En medio del viaje estoy
Vine aquí para encontrarme

No estoy aquí de paseo
Soy compañero del futuro
De la noche que vendrá

Llevo la vida de un individuo
Soy lanzado, desvalido
Soy un cantante popular

Estoy en medio de mi peligro
Mirando hacia el precipicio
Queriendo ser devorado

Soy campesino
Pirapó
Nuestra señora
Piraçava, piraúna
Pirangi y Pirauá

Soy Paraíba y Pernambuco
Sergipano
Soy cafuzo
Salvador
Paranauá

No vine para pasar desapercibido
No vine para pasar desapercibido, no

Déjame espacio en la calle que llegué
No pensé en pasar desapercibido en esta carrera
Que el agua fluye solo hacia el mar, eso ya lo sé
Gran flujo en mi río desbordó una vez más

Es en el repentismo que amarro la poesía
Cruzar el mar por el sertón haciendo barro
Doy otra vuelta y cierro el ciclo improvisado
Es bueno para sembrar la huerta y barrer el patio

Observando la naturaleza del lugar
Veo donde el pájaro canta para que mi nido gorjee
De grano en grano todo el bosque va a prosperar
Y esa misma resistencia en mi suelo voy a plantar

Y esa semilla voy a guardar
El viento es el alimento, baja el sol en el firmamento
Acelero el pensamiento para encontrar mi verso

Escrita por: Barro / DJ Negralha / Jéssica Caitano