395px

Con Un Ojo Ciego

Bruno Silva

Com Um Olho Cego

Com um olho cego, você não me falou
Que enquanto chovia você também errou.
E que algum dia, talvez você falasse
O que percebia, na minha verdadeira face.

Contando estava que eu a esperasse.
E que minhas verdades eram apenas um disfarce.
E que sentia, mas não podia falar.
E quando quis, eu não conseguia escutar.

Ainda triste, você não me acordava.
E se eu caísse, aí você andava.
Quando eu morria, você ressuscitava.
E quando eu via, você já não enxergava.

Como nas páginas de um livro que eu li.
Engolindo as mágoas com as lágrimas a cair.
Roendo as unhas por falta de opção.
Perdido em círculos no meio de um furacão.

Ainda triste, você não me acordava.
E se eu caísse, aí você andava.
Quando eu morria, você ressuscitava.
E quando eu via, você já não enxergava.

Con Un Ojo Ciego

Con un ojo ciego, no me dijiste
Que mientras llovía, tú también te equivocabas.
Y que algún día, quizás hablarías
Lo que percibías, en mi verdadera cara.

Contando estaba que yo te esperara.
Y que mis verdades eran solo un disfraz.
Y que sentías, pero no podías hablar.
Y cuando quise, no podía escuchar.

Todavía triste, tú no me despertabas.
Y si caía, entonces tú caminabas.
Cuando moría, tú resucitabas.
Y cuando veía, tú ya no mirabas.

Como en las páginas de un libro que leí.
Tragando las penas con las lágrimas cayendo.
Royendo las uñas por falta de opción.
Perdido en círculos en medio de un huracán.

Todavía triste, tú no me despertabas.
Y si caía, entonces tú caminabas.
Cuando moría, tú resucitabas.
Y cuando veía, tú ya no mirabas.

Escrita por: Bruno Silva