395px

Samba-Enredo 2022 - Nego Fugido

B.V.C. Colorados do Samba

Samba-Enredo 2022 - Nego Fugido

Firma ponto pra Obaluaiê
Dançam almas no xirê
A Colorados vai passar
Em julho Acupe se agiganta
Tradição que nos encanta
Raízes ancestrais a desfilar
Surgem caretas, bombachos, mandus
O rosto mascarado é proteção
Pra afastar a praga de Iku
A cabocla desce pra ver
O vai quem quer em celebração

Sou preto, sou quilombola
Minha cor é resistência
Sou o herdeiro do machado de xangô
Ojuobá meu pai a sua bênção
É o clamor iorubá-nagô
(Kao kabecilê kao)

Escorre o sangue ao pé da bananeira
O ingazeiro chora pelo nosso irmão
A nega que sonhou ter liberdade
Sofreu com a crueldade do maldito capitão
O povo reunido prende o rei
A alforria no Brasil então é lei
Tem festa pra iaiá nossa madrinha
Roda de samba, capoeira e alegria
Meu povoado é patrimônio cultural
Mas hoje sofre com a poluição
E vem pedir a Iemanjá, oh mãe rainha
Que purifique as águas da nossa Bahia

Nego corre, nego corre
Fugindo das correntes
No combate à opressão
A minha escola está presente
A cada passo a escravidão fica pra trás
Marca de chibata em pele preta nunca mais

Samba-Enredo 2022 - Nego Fugido

Firma punto para Obaluaiê
Almas bailan en el xirê
Los Colorados van a pasar
En julio, Acupe se engrandece
Tradición que nos encanta
Raíces ancestrales desfilando
Aparecen caretas, bombachos, mandus
El rostro enmascarado es protección
Para alejar la plaga de Iku
La cabocla baja a ver
Quien quiera ir en celebración

Soy negro, soy quilombola
Mi color es resistencia
Soy heredero del hacha de Xangô
Ojuobá, mi padre, tu bendición
Es el clamor yoruba-nagó
(Kao kabecilê kao)

Corre la sangre al pie del plátano
El inga llora por nuestro hermano
La negra que soñó con libertad
Sufrió con la crueldad del maldito capitán
El pueblo reunido prende al rey
La libertad en Brasil entonces es ley
Hay fiesta para iaiá, nuestra madrina
Rueda de samba, capoeira y alegría
Mi pueblo es patrimonio cultural
Pero hoy sufre con la contaminación
Y viene a pedir a Iemanjá, oh madre reina
Que purifique las aguas de nuestra Bahía

Nego corre, nego corre
Huyendo de las cadenas
En la lucha contra la opresión
Mi escuela está presente
Cada paso, la esclavitud queda atrás
La marca del látigo en piel negra nunca más

Escrita por: Daniel Segatto / Mauricio Oliveira