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Serenata (Ilusión)

Cadete

Serenata (Ilusão)

Dessa tão ferrenha mágoa
De querer vos esperar
Meus olhos se encheram d’água
Salgada como a do mar

Vós prometestes, senhora
Voltar, um dia, porém
Esperei, e até agora
'Inda não veio ninguém

Quando vireis? Não sei quando
O destino tem suas leis
Vierdes, aqui chegando
Talvez que não me encontreis

Mas se me não encontrardes
O que é natural enfim
Interrogai estas tardes
Que hão de vós falar de mim

Sobretudo este arvoredo
Que há de vos dizer: Eu vi
Ele passeava, em segredo
Todas as tardes aqui

Passeava tristonho e mudo
A pensar em não sei quê
Tão distraído, que tudo
Via como quem não vê

Andava, não sei, tão cheio
De torturas ideais
Um dia o pobre não veio
E afinal não veio mais

Serenata (Ilusión)

De esta tan férrea amargura
De querer esperarte
Mis ojos se llenaron de lágrimas
Saladas como las del mar

Prometiste, señora
Volver un día, sin embargo
Esperé, y hasta ahora
Aún no ha venido nadie

¿Cuándo vendrás? No sé cuándo
El destino tiene sus leyes
Cuando vengas, al llegar aquí
Tal vez no me encuentres

Pero si no me encuentras
Lo cual es natural al fin
Interroga a estas tardes
Que hablarán de mí

Sobre todo este arbolado
Que os dirá: Yo vi
Él paseaba, en secreto
Todas las tardes aquí

Paseaba triste y callado
Pensando en no sé qué
Tan distraído, que todo
Veía como quien no ve

Andaba, no sé, tan lleno
De torturas ideales
Un día el pobre no vino
Y al final no volvió más

Escrita por: Emiliano David Perneta / Salvador Fábregas