Morrer de Ingratidão
Vou sempre a jogo quando me convidas
E apenas sei que perco sempre a mão
Há no baralho amor e solidão
E atraiçoa-me o tempo às escondidas
As coisas sendo assim são o que são
Com gaivotas de sombra repetidas
E as cartas já todas distribuídas
Eu apostei a alma e o coração
As ilusões passaram das medidas
E em noites tresloucadas de paixão
Trazes um cheiro a fado e a perdição
E dás cabo de mim e não duvidas
Nessas linhas que tens na tua mão
Há estrelas cadentes esquecidas
E é na sina febril das nossas vidas
Que eu vou morrer da tua ingratidão
Morir de Ingratitud
Siempre juego cuando me invitas
Y sé que siempre pierdo la mano
En la baraja hay amor y soledad
Y el tiempo me traiciona a escondidas
Las cosas son como son
Con gaviotas de sombra repetidas
Y las cartas ya todas repartidas
Aposté el alma y el corazón
Las ilusiones se desbordaron
En noches locas de pasión
Traes un olor a destino y perdición
Y acabas conmigo sin dudar
En esas líneas que tienes en tu mano
Hay estrellas fugaces olvidadas
Y es en el frenesí de nuestras vidas
Que moriré de tu ingratitud
Escrita por: António Vitorino d’Almeida / Vasco Graça Moura