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Vine al Fado

Carlos do Carmo

Vim Para O Fado

Vim para o fado e fiquei
Sou corda de uma guitarra
A que mais geme e soluça
E em vez de vestir samarra
Uso a sombra de uma capa
Que me tapa e me destapa
Se o meu corpo se debruça

Se quizeres saber de mim
Onde me perco encontrado
Pergunta aos guardas da noite
Pergunta às portas fechadas
Pergunta às mulheres compradas
Pelo fantasma do fado
E aos fadistas também
Porque todos me conhecem
Mas se vires que me entristecem
Não digas à minha mãe

Já tenho novos amigos
Que me oferecem de beber
Mas ninguém mata esta sêde
Esta sêde de esquecer

Vim para o fado e aqui
Em cada noite perdida
Mais fado hà na minha vida
E mais me lembro de ti
Do amor que não te dei
Vim para o fado e fiquei!

Vine al Fado

Vine al fado y me quedé
Soy cuerda de una guitarra
La que más gime y solloza
Y en vez de vestir samarra
Uso la sombra de una capa
Que me tapa y me destapa
Si mi cuerpo se inclina

Si quieres saber de mí
Dónde me pierdo encontrado
Pregunta a los guardias de la noche
Pregunta a las puertas cerradas
Pregunta a las mujeres compradas
Por el fantasma del fado
Y a los fadistas también
Porque todos me conocen
Pero si ves que me entristecen
No se lo digas a mi madre

Ya tengo nuevos amigos
Que me ofrecen de beber
Pero nadie mata esta sed
Esta sed de olvidar

Vine al fado y aquí
En cada noche perdida
Más fado hay en mi vida
Y más me acuerdo de ti
Del amor que no te di
¡Vine al fado y me quedé!

Escrita por: Júlio de Sousa