Avô Campeiro
Bigode branco retorcido e largo
Amarelado de palheiro e tempo
De ti me lembro, meu avô campeiro
Cerne angiqueiro grudado a raiz
De rusilhonas, esporas lavradas
Dois panos largos da bombacha griz
Quando encilhavas, bem quebrado o cacho
Se atiçava meu olhar, guri
E chuleando à tua estampa
A própria pampa eu enxergava em ti
E o teu mouro, que ao bancar das rédeas
Ao teu entono se quedava igual
Abaralhando aos floreios da coscoja
Me parecia ter o freio musical
Avô camapeiro dos conselhos buenos
Do meu petiço e do meu pão de mel
Para mim tu fostes, meu avô campeiro
Mescla de rei e de Papai Noel
Abuelo Campesino
Bigote blanco retorcido y largo
Amarillento de paja y tiempo
De ti me acuerdo, mi abuelo campesino
Madera de angico pegada a la raíz
De rusilhonas, espuelas labradas
Dos paños largos de la bombacha gris
Cuando ensillabas, bien quebrado el mechón
Se encendía mi mirada, pibe
Y admirando tu figura
La propia pampa yo veía en ti
Y tu caballo, que al tomar las riendas
A tu tono se quedaba igual
Enredando los floreos de la coscoja
Me parecía tener el freno musical
Abuelo campesino de los buenos consejos
De mi niñez y de mi pan de miel
Para mí fuiste, mi abuelo campesino
Mezcla de rey y de Papá Noel
Escrita por: UBIRAJARA RAFFO CONSTANT