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Gritos de la Noche

Cleison Mattza

Gritos da Noite

Eu vivo, finjo, brinco
Faço tudo que eu quero
Estou sempre por dentro
Do que acontece nos hemisférios
E não acho normal
Se você não se orienta
Tentando escapar diz que
Não vale a pena!

Saber o que acontece
É a sua obrigação
Mesmo que as palavras
Calem o seu coração
Nunca desista de lutar pelo que quer
Seja negro, bicha, padre, ou mulher

Você acorda e vê
Que teve um teto para dormir
Os senhores lhe pisam
Tudo vai ruir
E não se importam se tem gente
Que ainda não acordou
Dormiu debaixo de um banco
Ou quem sabe se matou

A noite me atrai
A noite me atrai
A noite, a noite me trai

Ignoro seus perigos
Não sei se corro da polícia ou
Fujo dos bandidos
Um dia me assaltam
Noutro dia nem estou vivo
Balas zumbem meus ouvidos

Os senhores, sei que sabem
Um dia vão morrer!
O futuro não é deles
Não querem nem saber
Se crianças morrem de fome
Todos os dias!
Não vem com esse papo
A culpa não é minha

Não tenho muito tempo
Uns dois mil anos no máximo!

Gritos de la Noche

Vivo, finjo, juego
Hago todo lo que quiero
Siempre estoy al tanto
De lo que sucede en los hemisferios
Y no me parece normal
Si no te orientas
Tratando de escapar, dices que
¡No vale la pena!

Saber lo que sucede
Es tu obligación
Aunque las palabras
Callen tu corazón
Nunca te rindas luchando por lo que quieres
Ya sea negro, marica, cura o mujer

Despiertas y ves
Que tuviste un techo para dormir
Los señores te pisotean
Todo se derrumbará
Y no les importa si hay gente
Que aún no ha despertado
Durmió debajo de un banco
O tal vez se mató

La noche me atrae
La noche me atrae
La noche, la noche me traiciona

Ignoro tus peligros
No sé si huir de la policía o
Escapar de los bandidos
Un día me asaltan
Al siguiente ni siquiera estoy vivo
Las balas zumban en mis oídos

Los señores, sé que saben
¡Un día morirán!
El futuro no es de ellos
No les importa
Si los niños mueren de hambre
¡Todos los días!
No vengas con esa historia
La culpa no es mía

No tengo mucho tiempo
¡Dos mil años como máximo!

Escrita por: Cleison Mattza