395px

Berrante Pantaneiro

Dino Franco e Mouraí

Berrante Pantaneiro

Este berrante feito de um chifre de boi
Outrora foi instrumento de trabalho
Era com ele que eu chamava a boiada
Quando viajava na estrada ou atalho

Este berrante hoje está silenciado
O seu passado já ficou muito distante
Não mais se vê boiadeiro na estrada
E a boiada não precisa de berrante

Este berrante, hoje, velho e esquecido
Foi preferido do companheiro Prudêncio
Não mais se ouve seus repiques na invernada
E a boiada chora seu triste silêncio

Tal qual a ele vou vivendo na tristeza
Minhas proezas já não tem nenhum valor
Nada mais somos que as cinzas do passado
Estou magoado sem carinho e sem amor

Quando eu morrer quero levá-lo comigo
Em meu jazigo caberá ele também
Entre lembranças para sempre viveremos
Não mais seremos humilhados por ninguém

Berrante amigo, chifre de boi pantaneiro
Seu companheiro também não tem profissão
Iremos juntos pra derradeira morada
Chamar boiada no céu do eterno patrão

Berrante Pantaneiro

Este berrante hecho de un cuerno de buey
Antes fue instrumento de trabajo
Era con él que llamaba al ganado
Cuando viajaba por la carretera o el atajo

Este berrante hoy está en silencio
Su pasado ya quedó muy lejano
Ya no se ve vaquero en la carretera
Y el ganado no necesita del berrante

Este berrante, hoy, viejo y olvidado
Fue el preferido del compañero Prudêncio
Ya no se escuchan sus toques en el corral
Y el ganado llora su triste silencio

Así como él, vivo en la tristeza
Mis hazañas ya no tienen ningún valor
Ya no somos más que cenizas del pasado
Estoy herido sin cariño y sin amor

Cuando muera quiero llevarlo conmigo
En mi sepulcro también cabrá él
Entre recuerdos viviremos para siempre
Ya no seremos humillados por nadie

Berrante amigo, cuerno de buey pantaneiro
Tu compañero tampoco tiene profesión
Iremos juntos al último hogar
Llamar al ganado en el cielo del eterno patrón

Escrita por: Dino Franco / Hilde Moreira