Berrante Pantaneiro
Este berrante feito de um chifre de boi
Outrora foi instrumento de trabalho
Era com ele que eu chamava a boiada
Quando viajava na estrada ou atalho
Este berrante hoje está silenciado
O seu passado já ficou muito distante
Não mais se vê boiadeiro na estrada
E a boiada não precisa de berrante
Este berrante, hoje, velho e esquecido
Foi preferido do companheiro Prudêncio
Não mais se ouve seus repiques na invernada
E a boiada chora seu triste silêncio
Tal qual a ele vou vivendo na tristeza
Minhas proezas já não tem nenhum valor
Nada mais somos que as cinzas do passado
Estou magoado sem carinho e sem amor
Quando eu morrer quero levá-lo comigo
Em meu jazigo caberá ele também
Entre lembranças para sempre viveremos
Não mais seremos humilhados por ninguém
Berrante amigo, chifre de boi pantaneiro
Seu companheiro também não tem profissão
Iremos juntos pra derradeira morada
Chamar boiada no céu do eterno patrão
Berrante Pantaneiro
Este berrante hecho de un cuerno de buey
Antes fue instrumento de trabajo
Era con él que llamaba al ganado
Cuando viajaba por la carretera o el atajo
Este berrante hoy está en silencio
Su pasado ya quedó muy lejano
Ya no se ve vaquero en la carretera
Y el ganado no necesita del berrante
Este berrante, hoy, viejo y olvidado
Fue el preferido del compañero Prudêncio
Ya no se escuchan sus toques en el corral
Y el ganado llora su triste silencio
Así como él, vivo en la tristeza
Mis hazañas ya no tienen ningún valor
Ya no somos más que cenizas del pasado
Estoy herido sin cariño y sin amor
Cuando muera quiero llevarlo conmigo
En mi sepulcro también cabrá él
Entre recuerdos viviremos para siempre
Ya no seremos humillados por nadie
Berrante amigo, cuerno de buey pantaneiro
Tu compañero tampoco tiene profesión
Iremos juntos al último hogar
Llamar al ganado en el cielo del eterno patrón
Escrita por: Dino Franco / Hilde Moreira