Zé Pedreiro
Todas as noites lá do meu apartamento,
Eu fico olhando a vida simples da favela,
Apago as luzes pra que o mundo não me veja,
E fico ali horas e horas na janela...
O Zé pedreiro que lá vem trançando as pernas,
Faz zig-zag, mas não erra seu portão,
Vem sua amada com o filhinho no colo,
Eles se abraçam e entram no barracão.
Para o seu filho ele trouxe pirulitos,
Pra sua amada trouxe balas de hortelã,
E nessa cena rotineira de favela,
Para ela Zé pedreiro é seu galã...
Para ele sua amada é uma rainha,
E o seu barraco é um castelo de marfim,
Eu lá de cima vendo aquele paraíso,
Quisera Deus que eu tivesse a vida assim.
Que me adianta luxuoso apartamento,
Aqui tão alto quase perto do luar,
Se eu não trago pirulitos e nem balas,
Se eu trouxesse não teria pra quem dar...
O Zé pedreiro que é feliz em sua vida,
Com seu barraco, seu filho e sua amada,
O Zé pedreiro é rico em sua pobreza,
Eu na riqueza tenho tudo e estou sem nada.
El albañil José
Todas las noches desde mi apartamento,
Observo la vida sencilla de la favela,
Apago las luces para que el mundo no me vea,
Y me quedo allí horas y horas en la ventana...
El José albañil que viene allí cruzando las piernas,
Hace zig-zag, pero no se equivoca en su puerta,
Viene su amada con el pequeño en brazos,
Se abrazan y entran en la choza.
Para su hijo trajo chupetines,
Para su amada trajo caramelos de menta,
Y en esta escena rutinaria de la favela,
Para ella José albañil es su galán...
Para él su amada es una reina,
Y su choza es un castillo de marfil,
Yo desde arriba viendo ese paraíso,
Ojalá Dios me diera la vida así.
¿De qué me sirve un lujoso apartamento,
Aquí tan alto casi cerca de la luna,
Si no traigo chupetines ni caramelos,
Si los trajera no tendría a quién dar...
José albañil que es feliz en su vida,
Con su choza, su hijo y su amada,
José albañil es rico en su pobreza,
Yo en la riqueza lo tengo todo y estoy sin nada.
Escrita por: Caetano Erba / Jack / Tião Do Carro