Fado da Sina
Reza-te a sina
Nas linhas traçadas
Na palma da mão
Que duas linhas
Se encontram cruzadas
No teu coração
Sinal de amargura
De dor e tortura
De esperança perdida
Indício marcado
De amor destroçado
Na linha da vida
E mais te reza
Na linha do amor
Que terás de sofrer
O desencanto
Do leve frescor
Duma outra mulher
Já que a má sorte assim quis
A tua sina te diz
Que até morrer
Terás de ser
Sempre infeliz!...
[Refrão]
Não podes fugir
Ao negro fado mortal
Ao teu distino fatal
Que uma má estrela domina
Tu podes mentir
Ás leis do teu coração
Mas ai, quer queiras
Que não
Tens de cumprir a tua sina!...
Cruzando a estrada
Da linha da vida
Traçada na mão
tens uma cruz
A afeição mal contida
Que foi uma ilusão...
Amor que em segredo
Nasceu quase a medo
P'ra teu sofrimento
E foi essa imagem
A ingrata miragem
Do teu pensamento
E mais ainda
Te reza o destino
Que tens de amargar
A tua estrela
De brilho divino
Deixou de brilhar
Estrela que Deus te marcou
E que bem pouco brilhou
E cuja luz
Aos pés da cruz
Já se apagou!...
Fado de Sina
Reza tu destino
En las líneas trazadas
En la palma de tu mano
Que dos líneas
Se encuentran con cruzadas
En tu corazón
Signos de amargura
De dolor y tortura
De la esperanza perdida
Sugerencia marcada
De amor roto
En la línea de vida
Y más te reza
En la línea del amor
Que vas a tener que sufrir
El desencanto
De la frescura de la luz
De otra mujer
Desde la mala suerte tan quería
Tu destino te dice
Que hasta que muera
Tendrás que ser
Siempre infeliz
[Coro]
No puedes huir
Al fado mortal negra
A tu distino fatal
Que una mala estrella domina
Puedes mentir
Las leyes de tu corazón
Pero entonces, si quieres
Que no
¡Debes cumplir tu destino!
Cruzando la carretera
Desde la línea de vida
Dibujado a mano
Tienes una cruz
El afecto pobremente contenido
Eso fue una ilusión
Me encanta eso en secreto
Nació casi con miedo
para tu sufrimiento
Y fue esta imagen
El espejismo desagradecido
De tu pensamiento
Y más aún
El destino te ruega
Que debes amargar
Tu estrella
De resplandor divino
Dejó de brillar
Estrella que Dios te ha marcado
Y ese muy poco brilló
Y cuya luz
Al pie de la cruz
¡Se ha ido!