Eu Não Tenho Nada Com Isso, Só Estou Falando
Eu estou sentado na porta do edifício
Atento olhando o rosto de cada cidadão
Mas que coisa engraçada, eles parecem
Ter estampado no rosto um cifrão
Eu estou sentado na porta do edifício
E como é difícil a gente poder entender
Que cada um daqueles que passam
Se consome, se arrebenta sem saber
E daí
Mas mudando de conversa
Do concreto pro guaicambú
Você já sentiu de perto a peleja de um cafuçu?
É aquele que vive lá no mato
Te sustenta e permite que você escolha o seu menu
É aquele que na hora do amor
Não faz um cafuné
Pois a mão calejada pode arranhar a mulher
E ao invés da gravata
O suor lhe estampa o rosto pro que der e vier
Mas e daí
Se eu não tenho nada com isso cada um sabe o que fazer
E daí
Mas o distinto deve estar de acordo com isso tudo
O dinheiro, o carro, a sociedade
Te põe cego e surdo
Mas não fique aborrecido
Porque você não é o único tarado
Nesse engraçado mundo
E eu continuo sentado na porta do edifício
E entendendo agora porque este mundo
É um lixo
E com vontade de mandar
Todo mundo pr'aquele lugar
Mas ela diz que eu ainda não posso falar
E daí?
Se eu não tenho nada com isso
Cada um sabe o que fazer
Mas salve você moço americano
Americano do hemisfério sul
Moço americano
Ouro verde sobre o azul
Moço americano
Americano do sertão
Moço meu sustento
Monumento de um chapadão
E daí?
Se eu não tenho nada com isso
Cada um sabe o que fazer
E daí?
No tengo nada que ver, solo estoy hablando
Estoy sentado en la puerta del edificio
Atento mirando el rostro de cada ciudadano
Pero qué cosa tan graciosa, parecen
Tener estampado en la cara un signo de dólar
Estoy sentado en la puerta del edificio
Y qué difícil es para nosotros entender
Que cada uno de los que pasan
Se consume, se destroza sin saber
Y entonces
Pero cambiando de tema
Del concreto al guaicambú
¿Has sentido de cerca la lucha de un cafuçu?
Es aquel que vive en el monte
Te sostiene y te permite elegir tu menú
Es aquel que en el momento del amor
No acaricia
Pues la mano callosa puede lastimar a la mujer
Y en lugar de la corbata
El sudor le marca la cara para lo que venga
Pero entonces
Si no tengo nada que ver, cada uno sabe qué hacer
Y entonces
Pero el distinguido debe estar de acuerdo con todo esto
El dinero, el auto, la sociedad
Te deja ciego y sordo
Pero no te enojes
Porque no eres el único pervertido
En este mundo tan gracioso
Y sigo sentado en la puerta del edificio
Y ahora entiendo por qué este mundo
Es una basura
Y con ganas de mandar
A todos a ese lugar
Pero ella dice que aún no puedo hablar
Y entonces
Si no tengo nada que ver
Cada uno sabe qué hacer
Pero saludos a ti, chico americano
Americano del hemisferio sur
Chico americano
Oro verde sobre el azul
Chico americano
Americano del sertón
Chico, mi sustento
Monumento de una meseta
Y entonces
Si no tengo nada que ver
Cada uno sabe qué hacer
Y entonces