Desfigurado
Mesmo que eu sinta as palavras
Daquele delírio
Daquele absinto
Daquela memória esquecida
Perdida no fluxo arrastado de estrelas
Exatas
Meu corpo é um ponto encorpado na
Esquina
Em meio às notícias de vidas sem corpo
Mulas sem cabeça
Sem vistas
Que a beça se enforcam em revistas
Inda que eu siga o rumo
Dos cafés noturnos do centro
Lá, onde os meninos
São o centro de tudo
São todos, no entanto
Um tanto confusos
Sozinhos, um bando
Estão tontos, sozinhos
Não posso seguir o destino do centro
Do tempo que curva o caminho
Do eu peregrino, em si um desatino
Eis que decido num espanto
Dar a meia volta
Riscar a avenida, traçar a medida
Do canto, do fausto
Cravar no asfalto a revolta, a guerrilha
E ao chegar em casa vou produzir versos
Em largas escalas
Romper com as escolas
Viver nas imagens já desfiguradas
Da minha figura
Desfigurado
Aunque sienta las palabras
De aquel delirio
De aquel absenta
De aquella memoria olvidada
Perdida en el flujo arrastrado de estrellas
Exactas
Mi cuerpo es un punto corpulento en la
Esquina
En medio de las noticias de vidas sin cuerpo
Muleros sin cabeza
Sin vistas
Que a montones se ahorcan en revistas
Aunque siga el rumbo
De los cafés nocturnos del centro
Allí, donde los chicos
Son el centro de todo
Son todos, sin embargo
Un tanto confundidos
Solos, una pandilla
Están mareados, solos
No puedo seguir el destino del centro
Del tiempo que curva el camino
Del yo peregrino, en sí un desatino
He decidido de repente
Dar la vuelta
Rayar la avenida, trazar la medida
Del canto, del lujo
Clavar en el asfalto la revuelta, la guerrilla
Y al llegar a casa voy a producir versos
En grandes escalas
Romper con las escuelas
Vivir en las imágenes ya desfiguradas
De mi figura
Escrita por: Felipe Cordeiro / Manoel Cordeiro