395px

Francisco de Asís

Fernando e Osmair

Francisco de Assis

Sou eu que atravesso pisando mansinho
Na areia branquinha de um velho estradão
As vestes compridas calçando as sandálias
Na minha cintura eu levo o cordão
No ombro eu carrego um manso pombinho
Que tem a clareza branquinha de um giz
Eu sou um andante viageiro do mundo
Eu sou simplesmente Francisco de Assis

Sou eu que visito o cão machucado
Deitado num canto uivando de dor
Invés de remédio pro seu ferimento
Apenas derramo um pouquinho de amor

Às vezes me sento ao pé de um barranco
Quem passa na estrada nem olha pra mim
Estou no silêncio aí conversando
Com um louva-Deus na flor do capim
Depois eu retorno pras águas da fonte
E as aves canoras ali vem se banhar
Estou novamente voando no espaço
E o vento me leva pras águas do mar

Francisco de Asís

Soy yo quien atraviesa pisando suavemente
En la arena blanquita de un viejo camino
Vistiendo túnicas largas y sandalias
En mi cintura llevo el cordón
En mi hombro cargo una mansa palomita
Que tiene la blancura clara de una tiza
Soy un caminante viajero del mundo
Soy simplemente Francisco de Asís

Soy yo quien visita al perro herido
Acostado en un rincón aullando de dolor
En lugar de medicina para su herida
Solo derramo un poquito de amor

A veces me siento al pie de un barranco
Quien pasa por la carretera ni siquiera me mira
Estoy en silencio allí conversando
Con un saltamontes en la flor del pasto
Luego regreso a las aguas de la fuente
Y los pájaros cantores vienen a bañarse allí
Estoy nuevamente volando en el espacio
Y el viento me lleva a las aguas del mar

Escrita por: José Caetano Erba / Tião Do Carro