Chuva de Honestidade

Quando o ronco feroz do carro pipa
Cobre a força do aboio do vaqueiro
Quando o gado berrando no terreiro
Se despede da vida do peão

Quando verde eu procuro pelo chão
Não encontro mais nem mandacaru
Dá tristeza ter que viver no Sul
Pra morrer de saudades do sertão

Eu sei que a chuva é pouca e que o chão é quente
Mas tem mão boba enganando a gente
Secando o verde da irrigação

Não, eu não quero enchentes de caridade
Só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão

Eu pensei que tivesse resolvida
Essa forma de vida tão medonha
Mas ainda me matam de vergonha
Os currais, coronéis e suas cercas

Eu pensei nunca mais sofrer da seca
No Nordeste do século vinte e um
Onde até o voo troncho de um anum
Fez progressos e teve evolução

Eu sei que a chuva é pouca e que o chão é quente
Mas tem mão boba enganando a gente
Secando o verde da irrigação

Não, eu não quero enchentes de caridade
Só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão

Israel é mais seco que o Nordeste
No entanto se investe de fartura
Dando força total à agricultura
Faz brotar folha verde no deserto

Dá pra ver que o desmando aqui é certo
Sobra voto, mas, falta competência
Pra tirar das cacimbas da ciência
Água doce que regue a plantação

Eu sei que a chuva é pouca e que o chão é quente
Mas tem mão boba enganando a gente
Secando o verde da irrigação

Não, eu não quero enchentes de caridade
Só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão

Lluvia de Honestidad

Cuando el feroz ronquido de la cometa del coche, cubre la fuerza del aboo del vaquero
Cuando el ganado grita en el patio, decir adiós a la vida del peón
Cuando verde busco el suelo, no encuentro más ni envío
Es triste tener que vivir en el sur, morir de anhelo por el bosque

Sé que la lluvia es baja y el suelo es cálido
Pero tiene una mano tonta engañándonos, secando el verde del riego
No, no, no, no. No quiero inundaciones benéficas, solo quiero una lluvia de honestidad
Mojar las tierras de mi bosque

Pensé que había resuelto esta horrible forma de vida
Pero todavía me matan con vergüenza, los corrales, los coroneles y sus vallas
Pensé que nunca sufriría de la sequía en el noreste del siglo veintiún
Donde incluso el tronco de vuelo de un anum, progresó y evolucionó

Israel es más seco que el noreste, sin embargo invierte con abundancia
Dando fuerza total a la agricultura, hace que broten hojas verdes en el desierto
Pueden ver que el desmantelamiento aquí es correcto, eso deja la votación, pero carece de competencia
Para sacar de las basimbas de la ciencia, el agua dulce que seca la plantación

Composição: Flavio Leandro