Relato de Um Homem de Bom Coração

Eu procurei
Jurei que não iria mais falar de mim
Porque eu achei que eu tinha outras historias pra contar...

Tudo o que eu sempre procurei
Tudo o que eu sempre sonhei não vale nada
Se não enxergo um palmo à frente, então nem tente olhar pra trás
Não existe uma só curva nessa estrada
(Preciso de uma bifurcação)

E eu vou pra longe de você.

Eu já perdi, eu já sofri demais
Eu parti, joguei tudo pra trás
Eu vou fugir pra bem longe daqui
Vou caminhar, e ninguém vai me seguir

Eu tinha apenas dezesseis
E já achava que eu sabia demais
Tudo o que eu tinha era um quarto e o dinheiro dos meus pais
E alguns amigos que cabiam numa mão
(Era vazio aquele rio de solidão)

Hoje viajo, num só mês, milhões de milhas sem ter pra onde voltar
O asfalto é minha casa, mas não da pra chamar de lar
É tão vazio, tão frio, tão fora do lugar
(Não existe nada aqui que vá me fazer mudar)

Eu já perdi, eu já sofri demais
Eu parti, joguei tudo pra trás
Eu vou fugir pra bem longe daqui
Vou caminhar, e ninguém vai me seguir

Anoiteceu, mas faz tempo que a minha vida escureceu
Não sei, ao certo, quando isso aconteceu
Só sei que o culpado fui eu

De que adianta abrir os olhos, se sei que os flashs são pra me cegar?
Esses abraços são pra me amaldiçoar...
Eu nunca te obriguei a me ouvir falar!

E desde quando você acha que sabe melhor de mim, do que eu?
Existem tantas coisas que eu vivi que você nunca viveu.

Eu procurei
Jurei que não iria mais falar de mim
Mas eu sou assim
Eu tenho tanta historia pra contar...

El relato de un hombre de buen corazón

Lo busqué
Juré que no hablaría más de mí
Porque pensé que tenía otras historias que contar

Todo lo que he buscado
Todo lo que he soñado no tiene valor
Si no puedo ver un pie adelante, entonces ni siquiera intentes mirar atrás
No hay una sola curva en este camino
(Necesito un tenedor)

Y me voy lejos de ti

Ya he perdido, he sufrido demasiado
Me fui, lo tiré todo de nuevo
Voy a huir de aquí
Voy a caminar, y nadie va a seguirme

Sólo tenía dieciséis años
Y ya pensé que sabía demasiado
Todo lo que tenía era una habitación y el dinero de mis padres
Y algunos amigos que podrían caber en una mano
(Estaba vacío ese río de soledad)

Hoy viajo, en un mes, millones de millas sin ningún lugar al que volver
El asfalto es mi hogar, pero no puedes llamarlo hogar
Está tan vacío, tan frío, tan fuera de lugar
(No hay nada aquí que me haga cambiar)

Ya he perdido, he sufrido demasiado
Me fui, lo tiré todo de nuevo
Voy a huir de aquí
Voy a caminar, y nadie va a seguirme

Está oscuro, pero ha pasado mucho tiempo desde que mi vida se oscureció
No sé exactamente cuándo sucedió
Todo lo que sé es que lo hice

¿De qué sirve abrir los ojos si sé que los destellos son para cegarme?
Estos abrazos son para maldecirme
¡Nunca te hice escuchar hablar!

¿Y desde cuándo crees que sabes mejor de mí que yo?
Hay tantas cosas que he vivido que tú nunca has vivido

Lo busqué
Juré que no hablaría más de mí
Pero así es como soy
Tengo tantas historias que contar

Composição: Lucas Silveira / Rodrigo Tavares