Filho do Pecado
Uma borboleta branca posou em meu ombro e eu arriei
Uma bala de canhão me acertou em cheio e eu nem notei
Vago pelas ruas com o coração quebrado, mas a pose é de rei
E se assim, de repente, fosse o mundo mudando?
E na presença do ausente, nós andássemos sonhando?
E se essa loucura crescente não causasse espanto
E tornasse normal tanta gente rindo do seu próprio pranto?
Voltei, sobressaltado de uma realidade viscosa onde sonhei
Estar mais pela proza que pelo poema que eu havia amaldiçoado
O peso da família, frágil, trôpego e cambaleante eu carreguei
Com a cara deslavada e nobre, própria a um filho do pecado
E se em falta do amor decente nos pegássemos cantando
Uma canção tão doente que até calada continua gritando?
E se lêssemos friamente o que eu escrevo rimando
Poderíamos conter lentamente o que está em nós, delirando
Hijo del Pecado
Una mariposa blanca posó en mi hombro y bajé
Una bala de cañón me golpeó directamente y ni siquiera me di cuenta
Me deambula por las calles con el corazón roto, pero la pose es el rey
¿Y si es así, de repente, el mundo estaba cambiando?
Y en presencia de los ausentes, ¿estábamos soñando?
Y si esta locura creciente no causó asombro
¿Y hacer que tanta gente se ría de sus propias lágrimas normales?
Volví, asombrada de una realidad viscosa donde soñé
Para ser más para la proza que para el poema que había maldecido
El peso de la familia, frágil, tembloroso y asombroso que llevaba
Con el rostro sin lavar y noble, propio de un hijo de pecado
Y si en falta de amor decente nos atrapamos cantando
¿Una canción tan enferma que sigue gritando?
¿Qué pasa si leemos fríamente lo que escribo rimando
Podríamos contener lentamente lo que hay en nosotros, delirando
Escrita por: Gil Lucas / Igor Daniel Borges