Samba-Enredo 1986 - Quem Não Discute Tem Que Engolir
Nasceu no seio da mata virgem
O destemido guerreiro Mitavaí Arandu
Foi bóia-fria e vaqueiro, falou com seu padroeiro
Fez romaria a Caruaru
Saiu do sertão distante
Veio pra cidade grande
Contra um monstro lutar
Teceu um puçá de renda
Tão bonita e verdadeira
Pro maldito apanhar
E pensando ter vencido
Nosso herói então banido
Promete um dia voltar
Ê povo, sai do marasmo
E começa a discutir
Bota a boca no trombone
Pra não ter que engolir
Porém o monstro não foi derrotado
Com filhos pra todo lado
De colarinho engomado
Mais uma vez o herói entra na guerra
Vem brigar por essa terra
E defender nosso chão
Nos deixa delegado o seguinte
Fazer a constituinte, organizar mutirão
Que é pra massa ficar acordada
Com as mãos entrelaçadas
Se unir, não dispersar
Se pensam que a pátria-mãe é leiteira
Peguem sua mamadeira
Vão mamar noutro lugar
Samba-Enredo 1986 - Quien no discute tiene que tragar
Nació en el seno de la selva virgen
El valiente guerrero Mitavaí Arandu
Fue peón y vaquero, habló con su patrón
Hizo una peregrinación a Caruaru
Salió del lejano sertón
Vino a la gran ciudad
Para luchar contra un monstruo
Tejió una red de encaje
Tan hermosa y verdadera
Para atrapar al maldito
Y pensando que había vencido
Nuestro héroe entonces desterrado
Promete volver algún día
¡Pueblo, sal del estancamiento
Y comienza a discutir!
Ponte a hablar claro
Para no tener que tragar
Pero el monstruo no fue derrotado
Con hijos por todas partes
De cuello almidonado
Una vez más el héroe entra en la guerra
Viene a luchar por esta tierra
Y defender nuestro suelo
Nos deja delegado lo siguiente
Hacer la constituyente, organizar un mutirão
Para que la masa se mantenga despierta
Con las manos entrelazadas
Unirse, no dispersarse
Si piensan que la patria es una vaca lechera
Cojan su biberón
Vayan a mamar a otro lugar