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Sueños devorados

Isabel Sougarret

Sonhos Devorados

Eu abro a janela
Não vejo nada
Nada de vento
Nenhum horizonte
Paredões de janelas indiferentes
Sonhos devorados pelo dia

Ânimo engolido pelo calor
Penso no trem do meu destino
Sem trilhos
Sem trilhas
Abandonado num terreno baldio

Tudo emudeceu por dentro
A voz perdeu o sentido
O que falar pro mundo?
Se os que têm ouvidos
Estão em seus ciclos

Sucata!
Nada vai mudar essa falta de rumo!
Nem o café amargo
Nem a esperada tempestade!

Sueños devorados

Abro la ventana
No veo nada
Sin viento
Sin horizonte
Paredes de ventana indiferentes
Sueños devorados por el día

Animar tragado por el calor
Pienso en el tren de mi destino
Sin rieles
No hay senderos
Abandonado en un páramo

Todo está silenciado desde dentro
La voz ha perdido su significado
¿Qué decir al mundo?
Si aquellos que tienen oídos
Están en sus ciclos

¡Chatarra!
¡Nada cambiará esta falta de dirección!
Ni el café amargo
¡Ni siquiera la tormenta esperada!

Escrita por: Edinaldo Nascimento / Isabel Sougarret