395px

Silvério Dias

Jacó e Jacozinho

Silvério Dias

O senhor Silvério Dias
Foi um homem fazendeiro
Forte criador de gado
E tinha muito dinheiro
Mas só que ele não confiava
Nem no banco brasileiro
Na sua casa guardado
Tinha muitos mil cruzeiros
Dinheiro é seu inimigo
Por isso ele foi traído
Por um homem desconhecido
No traje de um boiadeiro

Pois um homem boiadeiro
Na sua casa chegou
Logo entraram em negócio
Comprou o gado e pagou
Contando algumas vantagens
Seu Silvério acreditou
Ofereceu um curativo
Seu Silvério aceitou
Silvério sendo um homem ativo
Não desconfiou do perigo
Acreditou no inimigo
Fingindo ser curador

A noite teve sessão
A família acompanhou
Cada um com um copo d’água
Que este homem temperou
Quatro copos e quatro velas
Que este homem envenenou
Na hora do seu mandado
De uma vez tudo virou
Quatro copos e quatro velas
Do casal foi ele e ela
Morreu as duas donzelas
Que o seu Silvério criou

Deu uma busca no cofre
Muito dinheiro encontrou
Numa lata de mamona
Este o ladrão não achou
Dinheiro de sua esposa
Que tanto ela trabalhou
Segurou e não valeu nada
Foi outro que aproveitou
Não encontraram na gaveta
Mais oitenta conto em letras
Que ladrão cheio de treta
Roubou tanto e ainda deixou

A casa amanheceu fechada
Fechada mesmo ficou
Bezerrada da mangueira
O dia inteiro berrou
Ajuntou a vizinhança
Pra ver o que resultou
Olhar alguma novidade
Este homem não viajou
Não frequentava diversão
Pra não gastar nenhum tostão
Foi morto por um ladrão, ai
A sua fortuna deixou

Silvério Dias

El señor Silvério Dias
Era un hombre granjero
Fuerte criador de ganado
Y tenía mucho dinero
Pero él no confiaba
Ni siquiera en el banco brasileño
En su casa guardaba
Muchos miles de cruzeiros
El dinero era su enemigo
Por eso fue traicionado
Por un hombre desconocido
Vestido como un vaquero

Pues un hombre vaquero
Llegó a su casa
Pronto hicieron negocios
Compró el ganado y pagó
Mencionando algunas ventajas
Silvério creyó
Ofreció un remedio
Silvério aceptó
Siendo un hombre activo
No sospechó del peligro
Creyó en el enemigo
Fingiendo ser curandero

En la noche hubo una reunión
La familia acompañó
Cada uno con un vaso de agua
Que este hombre aderezó
Cuatro vasos y cuatro velas
Que este hombre envenenó
En el momento de su mandato
Todo cambió de repente
Cuatro vasos y cuatro velas
Del matrimonio él y ella
Murieron las dos doncellas
Que su Silvério crió

Registró la caja fuerte
Encontró mucho dinero
En una lata de ricino
Este ladrón no encontró
El dinero de su esposa
Por el que tanto trabajó
Lo agarró y no valió nada
Otro se aprovechó
No encontraron en el cajón
Ochenta contos en letras
Que el ladrón astuto
Robó tanto y aún dejó

La casa amaneció cerrada
Cerrada se quedó
El ganado del corral
Berreó todo el día
Reunió a los vecinos
Para ver qué pasó
Este hombre no vio
Ninguna novedad
No frecuentaba la diversión
Para no gastar ni un centavo
Fue asesinado por un ladrón, ay
Y su fortuna dejó

Escrita por: