395px

Distopía Suave

Jorge Alfredo

Suave Distopia

Conheci uma menina
Que sempre passava por mim
Me via muito triste
E sempre dizia assim:
Sossegue, isso nunca vai acontecer aqui
Sossegue, isso nunca vai acontecer aqui

Aquilo me deixava mais triste
E eu não sabia por que
Triste noite, triste dia
Eu não sabia por que

Cheguei a trocar de calçada
Pra não mirar os seus olhos
E não ouvir a sua voz
Mas do outro lado da rua
ela gritava pra mim:
Ei, ei, sossegue!
Isso nunca vai acontecer aqui
Sossegue! Isso nunca vai acontecer aqui

Certo dia eu passeava
Naquela rua escura
Estranhei porque não vi sinal da figura
E não ouvi sequer murmúrio
Do seu repetido augúrio

Foi quando uma voz soturna
Sussurrou atrás de mim:
Cuidado, aconteceu com ela!
O que não ia acontecer aqui
Repare!
Pode ser o nosso fim

Me virei e não vi ninguém
Só cena de um pesadelo
Que me devorou também
Só cena de um pesadelo
Que me devorou também
Que me devorou também
Pesadelo
Que me devorou também

Distopía Suave

Conocí a una chica
Que siempre pasaba por mí
Me veía muy triste
Y siempre decía así:
Tranquilo, eso nunca va a pasar aquí
Tranquilo, eso nunca va a pasar aquí

Eso me ponía más triste
Y no sabía por qué
Noche triste, día triste
No sabía por qué

Cambié de acera
Para no mirar sus ojos
Y no escuchar su voz
Pero del otro lado de la calle
ella me gritaba:
¡Eh, eh, tranquilo!
Eso nunca va a pasar aquí
Tranquilo, eso nunca va a pasar aquí

Un día paseaba
Por esa calle oscura
Extrañé no ver la figura
Y no escuchar ni un murmullo
De su repetido augurio

Fue cuando una voz sombría
Susurró detrás de mí:
¡Cuidado, le pasó a ella!
Lo que no iba a pasar aquí
¡Fíjate!
Puede ser nuestro fin

Me volteé y no vi a nadie
Solo escena de una pesadilla
Que también me devoró
Solo escena de una pesadilla
Que también me devoró
Que también me devoró
Pesadilla
Que también me devoró

Escrita por: João Santana / Jorge Alfredo