A Telha
Depois que os anos meu viver cansaram
Voltei pisando ao meu velho rastro
Fui ver a casa onde eu vim ao mundo
Em seu lugar só havia pasto
Mas entre a grama só encontrei uma telha
Que viu um dia eu chegar à vida
Sinal pequeno que a saudade guarda
Resto de mim que lá ficou perdida
Telha, que viu eu dar os meus primeiros passos
Telha, me deu repouso após o meu cansaço
Telha, que sombreou meu vulto de menino
Telha, sinal marrom no chão de meu destino
Antes que as rugas em meu rosto cheguem
Uma por uma igual um telhado
E sobre elas rolar os meus prantos
Sempre que a mente voar ao passado
Eu fui buscar a derradeira telha
Onde as aranhas haviam bordado
Com fios do tempo essa cruel cadeia
Onde meu ser padece aprisionado
Una Teja
Después de que los años cansaron mi vivir
Regresé pisando mi antigua huella
Fui a ver la casa donde nací
En su lugar solo había pasto
Pero entre la hierba solo encontré una teja
Que vio el día en que llegué a la vida
Pequeño signo que la nostalgia guarda
Resto de mí que allí quedó perdido
Teja, que vio mis primeros pasos
Teja, me dio descanso después de mi cansancio
Teja, que sombreó mi figura de niño
Teja, señal marrón en el suelo de mi destino
Antes de que las arrugas lleguen a mi rostro
Una a una como un tejado
Y sobre ellas rodar mis lágrimas
Siempre que la mente vuele al pasado
Fui en busca de la última teja
Donde las arañas habían tejido
Con hilos del tiempo esta cruel cadena
Donde mi ser padece aprisionado
Escrita por: Jose Fortuna / Bento Quidine