395px

La llegada de Lampião a los infiernos

José Pacheco

A Chegada de Lampião No Inferno

Um cabra de Lampião
De nome Pilão Deitado
Que morreu numa trincheira
Num certo tempo passado
Agora pelo sertão Anda correndo visão
Fazendo mal-assombrado

E foi quem trouxe a notícia
Que viu Lampião chegar
O inferno nesse dia
Faltou pouco pra virar
Incendiou-se o mercado
Morreu tanto cão queimado
Que faz gosto inté contar

Morreram cem negro velho
Que não trabalhavam mais
Três netos de Parafuso
E um cão chamado Cá-traz
Morreu também Bigodeira
E um cão chamado Buteira
Cunhado de Satanás

Vamos tratar da chegada
Quando lampião bateu
Um moleque ainda moço
No portão apareceu
Quem é você, cavalheiro?
Moleque, eu sou cangaceiro
Lampião lhe respondeu

Moleque, não! Sou vigia
E não sou seu pairceiro
Hoje aqui o senhor não entra
Sem dixé quem é primeiro
Moleque, abra o portão
Saiba que sou Lampião
O assombro do mundo inteiro

Então esse vigia
Que trabalha no portão
Dá pisa que voa cinza
Sem fazer distinção
O cabra escreveu não leu
A macaiba comeu
Ali não se faz perdão

O vigia foi e disse
Fique fora que eu entro
E eu vou falar com o chefe
No gabinete do centro
Por certo ele não lhe quer
Mas conforme eu lhe disser
Eu levo o senhor pra dentro

Lampião disse: Vá logo
Quem conversa perde hora
Vá depressa e volte logo
E eu quero pouca demora
Se não me derem ingresso
Eu viro tudo aos avesso
Taco fogo e vou embora

O vigia foi e disse
A satanás no salão
Saiba, vossa senhoria
Aí chegou Lampião
Dizendo que quer entrar
E eu vim lhe perguntar
Se lhe dou o ingresso ou não

Não senhor, satanás disse
Diga a ele que vá simbora
Só me chega gente ruim
Eu ando muito caipora
Eu já to inté com vontade
De botar mais da metade
Dos que têm aqui pra fora

Não senhor satanás disse
Vá dizer que vá embora
Só me chega gente ruim
Eu ando meio caipora
Eu já estou com vontade
De botar mais da metade
Dos que têm aqui pra fora

Disse o vigia
Patrão A coisa vai piorar
E eu sei que ele se dana
Quando não puder entrar
Satanás disse isso é nada
Reúna aí a negrada
E leve o que precisar

Quando Lampião deu fé
Da tropa negra encostada
Disse só na Abissínia
Ô tropa preta danada
E uma voz que ecoou
Satanás foi quem mandou
Taca-lhe fogo negrada

Lampião pôde pegar
Uma caveira de boi
Sapecou na testa dum
E o cabra só fez dizer oi

Houve grande prejuízo
No inferno nesse dia
Queimou-se vinte mil conto
Que Satanás possuía
Queimou-se o livro do pont
Perderam seiscentos contos
Somente em mercadoria

Reclamava Lucifer
Crise maior não precisa
Os anos ruim de safra
E agora mais esta pisa
Se não houver bom inverno
Aqui dentro dos inferno
Ninguém compra uma camisa

Quem duvidar desta historia
Pensar que não foi assim
Duvidando de meu verso
Não acreditando em mim
Vá comprar papel moderno
E escreva para os inferno
Mande saber de Caim

La llegada de Lampião a los infiernos

Una cabra lampião
Nombrado Mentiroso
Que murió en una trinchera
En cierto tiempo pasado
Ahora a través de la selva ♪ ♪ Caminar visión de correr
Haciendo embrujado

Y fue el que trajo la noticia
¿Quién vio llegar a Lampião
Diablos en ese día
Fue poco tiempo para girar
El mercado se quemó
Murió tanto perro quemado
Eso hace que sea tan feliz de decir

Un centenar de hombres de raza negra murió
¿Quién ya no trabajó
Tres nietos de tornillo
Y un perro llamado Crawler
También murió bigote
Y un perro llamado Buteira
Cuñado de Satanás

Nos encargaremos de la llegada
Cuando la lámpara golpea
Un niño joven
En la puerta apareció
¿Quién es usted, señor?
Kat, soy Cangaceiro
Lampião le respondió

¡Patada, no! Soy un vigilante
Y yo no soy tu flotador
No vienes aquí hoy
Sin dixé quién es el primero
Kat, abre la puerta
Sepa que soy Lamppião
La maravilla del mundo entero

Así que este vigilante
Quién trabaja en la puerta
Se da un paso que vuela gris
Sin hacer ninguna distinción
La cabra escribió no leer
La macaiba comió
No hay perdón

El vigilante fue y dijo
Quédate fuera y yo entraré
Y hablaré con el jefe
En la oficina central
Él ciertamente no te quiere
Pero como te digo
Te llevaré adentro

Lampião dijo: Ve rápido
Quien habla pierde la hora
Ve rápido y vuelve pronto
Y quiero un poco de retraso
Si no me das una multa
Vuelto todo al revés
Taco fuego y me voy

El vigilante fue y dijo
Satanás en el pasillo
Sepa, Su Señoría
Aquí llegó Lampião
Diciendo que quiere entrar
Y vine a preguntarte
Si te doy el boleto o no

No señor, Satanás dijo
Dile que se vaya simbora
Sólo tengo gente mala
Camino mucho caipora
Ya me apetece
Para poner más de la mitad
Los que tienen aquí fuera

Ningún señor Satán dijo
Ve y dile que se vaya
Sólo tengo gente mala
Camino un poco caipora
Ya me apetece
Para poner más de la mitad
Los que tienen aquí fuera

Dijo el vigilante
Jefe, va a empeorar
Y sé que se queda con Dana
Cuando no puedes entrar
Satanás dijo que esto no es nada
Reúne a la chica negra allí
Y toma lo que necesites

Cuando Lampião dio fe
De la tropa negra inclinada
Dijo sólo en Abisinia
¡Oh, maldita tropa negra!
Y una voz que hizo eco
Satanás fue el que envió
Soplalo fuego oscuro

Lamppião fue capaz de tomar
Un cráneo de buey
Zapeado en la frente de un
Y la cabra le hizo saludar

Hubo una gran pérdida
En el infernal en ese día
Quemado veinte mil cuento
Que Satanás poseía
Quemó el libro del Pont
Perdieron seiscientos cuentos
Sólo mercancía

Reclamado Lucifer
Crisis mayor no necesita
Los malos años de cosecha
Y ahora este paso
Si no hay buen invierno
Aquí en el infernal
Nadie compra una camisa

Quién duda de esta historia
Pensar que no era así
Dudando de mi verso
No creer en mí
Ve a comprar papel moderno
Y escribe al diablo
Háblame de Caín

Escrita por: