395px

El Niño del Cesto

Joseval e Josiene

O Menino do Cesto

Me contou um ferroviário
Lá pras bandas de Cerquilho
Que uma moça apaixonou-se
Por um sujeito andarilho
Ela teve uma criança
Mas pra ela era empecilho
Colocou o bebê no cesto
E pôs em cima do trilho
Para o cargueiro noturno
Dar fim no seu pobre filho

E daquela estação
Quando o cargueiro partia
Com o clarão dos faróis
De longe o maquinista via
Um cesto em cima do trilho
E alguma coisa mexia
Ele parou o vapor
Para ver o que havia
Encontrou um recém nascido
Que de fome e frio gemia

Ele criou o menino
Pra mais tarde esclarecer
Você é meu filho adotivo
E como foi vou lhe dizer
Te encontrei a noite no cesto
Sobre um trilho pra morrer
E o moço respondeu
Isso eu não vou esquecer
Por ter salvo a minha vida
Um maquinista eu quero ser

O jovem ferroviário
Em um dos seus vai e vem
Com uma mulher no trilho
Foi surpreendido, porém
Ela disse, a minha vida
Não vale nenhum vintém
Pus meu filho num cesto
Pra morrer embaixo do trem
Do jeito que ele morreu
Eu quero morrer também

Ele abraçou a mulher
Tremendo de emoção
E disse, és minha mãe
Veja quanto Deus é bão
Naquela noite fui salvo
Por duas benditas mãos
Sou seu filho e estou vivo
Para lhe dar o perdão
Eu sou o menino do cesto
Lá do trilho da estação

El Niño del Cesto

Me contó un ferroviario
Por los lados de Cerquilho
Que una chica se enamoró
De un tipo andariego
Ella tuvo un hijo
Pero para ella era un estorbo
Colocó al bebé en el cesto
Y lo puso sobre el riel
Para que el tren de carga nocturno
Diera fin a su pobre hijo

Y desde esa estación
Cuando el tren partía
Con el destello de los faros
Desde lejos el maquinista veía
Un cesto sobre el riel
Y algo se movía
Él detuvo el vapor
Para ver qué había
Encontró a un recién nacido
Que gemía de hambre y frío

Él crió al niño
Para más tarde aclarar
Eres mi hijo adoptivo
Y cómo fue te lo voy a contar
Te encontré de noche en el cesto
Sobre un riel para morir
Y el chico respondió
Eso no lo voy a olvidar
Por haber salvado mi vida
Quiero ser maquinista

El joven ferroviario
En uno de sus vaivenes
Con una mujer en el riel
Fue sorprendido, sin embargo
Ella dijo, mi vida
No vale ni un centavo
Puse a mi hijo en un cesto
Para morir bajo el tren
Como él murió
Quiero morir también

Él abrazó a la mujer
Tembloroso de emoción
Y dijo, eres mi madre
Mira qué bueno es Dios
Esa noche fui salvado
Por dos benditas manos
Soy tu hijo y estoy vivo
Para darte el perdón
Soy el niño del cesto
Del riel de la estación

Escrita por: Eduardinho