395px

El Niño de la Portera (part. Chitãozinho y Xororó y Zezé Di Camargo y Luciano)

Leandro & Leonardo

O Menino da Porteira (part. Chitãozinho e Xororó e Zezé Di Camargo e Luciano)

Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino
De longe eu avistava a figura de um menino
Que corria abrir a porteira depois vinha me pedindo
Toque o berrante seu moço que é pra mim ficar ouvindo
Quando a boiada passava que a poeira ia abaixando
Eu jogava uma moeda ele saía pulando
Obrigado boiadeiro que Deus vá lhe acompanhando
Pra aquele sertão afora meu berrante ia tocando

No caminho desta vida muito espinho eu encontrei
Mas nenhum calou mais fundo do que isto que passei
Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei
Vendo a porteira fechada o menino não avistei
Apeei do meu cavalo num ranchinho beira-chão
Vi uma mulher chorando quis saber qual a razão
Boiadeiro veio tarde veja a cruz no estradão
Quem matou o meu filhinho foi um boi sem coração

Lá pras bandas de Ouro Fino levando o gado selvagem
Quando passo na porteira até vejo a sua imagem
O seu rangido tão triste mais parece uma mensagem
Daquele rosto trigueiro desejando me boa viagem
A cruzinha do estradão do pensamento não sai
Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais
Nem que o meu gado estoure que eu precise ir atrás
Nesse pedaço de chão berrante eu não toco mais

El Niño de la Portera (part. Chitãozinho y Xororó y Zezé Di Camargo y Luciano)

Cada vez que viajaba por la carretera de Ouro Fino
A lo lejos veía la figura de un niño
Que corría a abrir la portera y luego venía a pedirme
Toca el cuerno, señor, para que yo pueda escuchar
Cuando pasaba la manada y el polvo se iba asentando
Yo le lanzaba una moneda y él saltaba de alegría
Gracias, vaquero, que Dios te acompañe
Por aquel sertón adelante mi cuerno seguía sonando

En el camino de esta vida encontré muchas espinas
Pero ninguna caló más hondo que lo que pasé
En mi viaje de regreso algo me inquietó
Al ver la portera cerrada, no vi al niño
Bajé de mi caballo en un ranchito a la orilla del camino
Vi a una mujer llorando, quise saber la razón
Vaquero, llegaste tarde, mira la cruz en el camino
Quien mató a mi niñito fue un toro sin corazón

Por los lados de Ouro Fino llevando el ganado salvaje
Cuando paso por la portera, aún veo su imagen
Su chirrido tan triste parece más bien un mensaje
De ese rostro moreno deseándome buen viaje
La cruz del camino no se aparta de mi pensamiento
He hecho un juramento que jamás olvidaré
Aunque mi ganado se escape y tenga que ir tras él
En este pedazo de tierra, el cuerno ya no tocaré más

Escrita por: Luizinho / Teddy Vieira