395px

A la Vera

Leo Bianchini

À Vera

Não pelo batom no colarinho
Nem porque são 4 da manhã
Ou pela fragrância indefinível
Mistura indelével de puro óleo diesel
Com mexerica ponkan

Nem por esse hálito de gim
Que ele disfarçou com hortelã
Ou por estranhar suas maneiras
Sair de bandeira da segunda-feira
Direto pra maracanã

Mas porque em quarta-feira quente
Faz bem pouco dia desses
E o castelo desmantela
Foi logo dizendo que me amava
E eu pedi que repetisse
E ele disse: amo a vera

Não deixei ele dizer palavra
Que absurdo, que cê pensa?
Isso nunca supera
Punhalada dessas não se espera
Já pra rua! Tchau e bença!
E desde então perdi a fé

E essa história de amar a Vera
Que eu mal consegui ficar de pé
Hoje eu lhe pergunto essa Vera
Quem ela pensa que é?

A la Vera

No por el lápiz labial en el cuello
Ni porque son las 4 de la mañana
O por la fragancia indefinible
Mezcla indeleble de puro aceite diesel
Con mandarina ponkán

Ni por ese aliento a ginebra
Que disimuló con menta
O por extrañar sus modales
Salir de bandera del lunes
Directo al maracaná

Pero porque en miércoles caluroso
Hace muy poco de estos días
Y el castillo se desmorona
Fue y dijo que me amaba
Y le pedí que lo repitiera
Y él dijo: amo a Vera

No le dejé decir palabra
¡Qué absurdo, qué te crees!
Eso nunca se supera
Puñalada así no se espera
¡Ya a la calle! ¡Chau y bendición!
Y desde entonces perdí la fe

Y esta historia de amar a Vera
Que apenas pude mantenerme en pie
Hoy le pregunto a esta Vera
¿Quién se cree que es?

Escrita por: Barão Di Sarno / Leo Bianchini / Vinicius Calderoni