395px

Recuerdo del Vaquero

Lorito e Loreto

Lembrança de Boiadeiro

Eu deixei a minha terra
Quando a boiada passou
E segui os boiadeiros
Mamãe chorando ficou
Com quinze anos de idade
Eu já era domadô
Eu não sabia vive
Mas o mundo me ensinou

Domei a mula grã-fina
Perigosa e mesquinha
Trabalhei com Catimbau
E viajei com o Batistinha
Ele sempre admirava
A coragem que eu tinha
Tive por mestre de lida
O saudoso Ferreirinha

Hoje transporto boiada
Pego a empreitada bem cara
A minha mula Dourada
Numa lida é coisa rara
Onça deita na fumaça
Quando meu trinta dispara
Minha capa é rio-grandense
E não tem chuva que vara

O meu arreio de prata
Anda sempre reluzindo
Minha baldrana macia
Cobre o pelego argentino
Toda vez que eu viajo
Na estrada de Ouro Fino
Eu rezo e acendo velas
Na cruz daquele menino

Um boiadeiro em serviço
Não brinca e não descansa
De Mato Grosso a Barretos
Muitas léguas de distância
Eu era o capataz
Vinha de Porto Esperança
Quando o boi Soberano
Salvou aquela criança

Recuerdo del Vaquero

Dejé mi tierra
Cuando pasó la manada
Y seguí a los vaqueros
Mi mamá llorando quedó
Con quince años de edad
Ya era domador
No sabía vivir
Pero el mundo me enseñó

Domé la mula fina
Peligrosa y mezquina
Trabajé con Catimbau
Y viajé con el Batistinha
Él siempre admiraba
La valentía que tenía
Tuve como maestro de faena
Al añorado Ferreirinha

Hoy transporto manadas
Acepto trabajos muy caros
Mi mula Dorada
En una faena es algo raro
La onza se echa en la humareda
Cuando mi treinta dispara
Mi capa es riograndense
Y no hay lluvia que atraviese

Mi arreo de plata
Siempre reluciendo
Mi cincha suave
Cubre el pelaje argentino
Cada vez que viajo
Por el camino de Ouro Fino
Rezo y enciendo velas
En la cruz de aquel niño

Un vaquero en servicio
No juega y no descansa
De Mato Grosso a Barretos
Muchas leguas de distancia
Yo era el capataz
Venía de Porto Esperanza
Cuando el toro Soberano
Salvó a aquel niño

Escrita por: Eduardinho / Lorito