Sangue de Matuto
Saí da roça, na cidade vim pra estudar
Quis minha vida mudar, estava cheio de planos
Me deparei com coisas tão diferentes
Novo mundo, nova gente, vitórias e desenganos
Foi colocando meu anel de formatura
Que senti a desventura, pois não estava feliz
Fui perceber que tudo que conquistei
Com o meu passado troquei minha origem e minha raiz
Lembro meu pai bem cedo indo pra roça
Punha o burro na carroça e saía assobiando
Iam com ele o Cassino e o Rajado
Seus cachorros afamados, amigos de tantos anos
Vi a mamãe queimar sabugo de milho
Toda a roupa da família passava com ferro à brasa
E as rasgadas colocava em um bancão
Com a maquininha de mão uma a uma remendava
Em minha casa eu tenho quase de tudo
Mas meu sangue de matuto agita meu coração
Tenho saudade das coisas boas demais
Que não voltará jamais, ficando a recordação
Neste lugar eu não tenho liberdade
Vou deixar essa cidade e voltar morar na roça
Lá encontrarei a paz que eu sempre quis
Então eu serei feliz ao lado da gente nossa
Sangre de Campesino
Salí del campo, a la ciudad vine a estudiar
Quise cambiar mi vida, estaba lleno de planes
Me encontré con cosas tan diferentes
Nuevo mundo, nueva gente, victorias y desengaños
Al ponerme mi anillo de graduación
Sentí la desventura, pues no estaba feliz
Me di cuenta de que todo lo que había conquistado
Lo cambié por mi pasado, mi origen y mis raíces
Recuerdo a mi padre temprano yendo al campo
Ponía el burro en el carro y salía silbando
Iban con él Cassino y Rajado
Sus perros famosos, amigos de tantos años
Vi a mamá quemar mazorcas de maíz
Planchar toda la ropa de la familia con hierro caliente
Y las rotas las ponía en un gran banco
Con la maquinita de mano las iba remendando una a una
En mi casa tengo casi de todo
Pero mi sangre de campesino agita mi corazón
Extraño demasiado las cosas buenas
Que nunca volverán, quedando en el recuerdo
En este lugar no tengo libertad
Voy a dejar esta ciudad y regresar a vivir en el campo
Allí encontraré la paz que siempre quise
Entonces seré feliz junto a nuestra gente