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Hoy

Marcelo Nova

Hoje

"Ouvi notícias de muito longe batendo na minha porta
Eu vi os garfos, eu vi as facas em cima da mesa posta.
Pra que mensagens e telegramas se você; chega e some
Tenho dinheiro e CPF, mas não me lembro o meu nome.

Não há; mais festa nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas eu vou embora
Hoje eu tô atrasado.

Pra que escolas e faculdades não há nada pra aprender
Eu já não vejo, eu já; não penso, já não consigo escrever
Sou faixa preta, toco guitarra, um dia vou pular de asa
Durmo de dia, trabalho à noite não sei se volto pra casa.

Olho pro trânsito, olho o sinal, tá tudo engarrafado,
Vídeo cassete, computadores e homens codificados
Tem uma loira que tá a fim, a ruiva diz que me ama,
A negra quer, eu já não sei, quem é que eu levo pra cama

Tô abafado, me dá licença vê se sai da minha frente
Tenho miopia sou hipotenso, meu pé tá sempre dormente
Amsterdã via Paris acho que é nesse que eu vou
Mudei o corte do meu cabelo já nem sei como eu sou."

Hoy

Escuché noticias de muy lejos golpeando en mi puerta
Vi los tenedores, vi los cuchillos sobre la mesa puesta
¿Para qué mensajes y telegramas si tú llegas y desapareces?
Tengo dinero y DNI, pero no recuerdo mi nombre

Ya no hay más fiesta ni carnaval
Creo que fui engañado
Dime la hora, me voy de aquí
Hoy estoy retrasado

¿Para qué escuelas y universidades si no hay nada que aprender?
Ya no veo, ya no pienso, ya no puedo escribir
Soy cinturón negro, toco la guitarra, algún día saltaré en paracaídas
Duermo de día, trabajo de noche, no sé si volveré a casa

Miro el tráfico, miro el semáforo, todo está atascado
Videocasetes, computadoras y hombres codificados
Hay una rubia interesada, la pelirroja dice que me ama
La negra quiere, ya no sé, ¿a quién llevo a la cama?

Estoy sofocado, permiso, ¡quita de mi camino!
Tengo miopía, soy hipertenso, mi pie siempre está dormido
Ámsterdam vía París, creo que es ahí a donde voy
Cambié el corte de mi cabello, ya ni sé cómo soy.

Escrita por: Karl Hummel / Marcelo Nova