395px

Canto de Muerte de Gaudêncio 7 Lunas

Marco Aurélio Vasconcellos

Canto de Morte de Gaudêncio 7 Luas

Silêncio, abanem os lenços
Chora o vento em despedida
Gaudencio, velho Gaudêncio
Pulou a cerca da vida

Adaga, atirou ao rio
É mais um peixe de prata
Sete Luas já partiu
Com seu poncho cor de mata

Esporas jogou ao léu
Boleando a imensidão
Mandou estrelas pro céu
Quem se deitou neste chão

Nas mãos levou sementes
Nada mais ele precisa
No eucalipto se sente
Que Gaudêncio virou brisa

Dormindo em cova rasa
Sem nome ou data nenhuma
Se um pássaro bater asas
É Gaudêncio envolto em plumas

Quem quer levar oferenda
Pra Gaudêncio em noite escura
Leve bom trago de venda
Mate amargo e rapadura

Canto de Muerte de Gaudêncio 7 Lunas

Silencio, agiten los pañuelos
Llora el viento en despedida
Gaudêncio, viejo Gaudêncio
Saltó la cerca de la vida

Daga, arrojada al río
Es otro pez de plata
Siete Lunas ya se fue
Con su poncho color de selva

Espuelas lanzadas al aire
Danzando en la inmensidad
Envió estrellas al cielo
Quien se acostó en este suelo

En sus manos llevaba semillas
Nada más necesita
En el eucalipto se siente
Que Gaudêncio se convirtió en brisa

Durmiendo en fosa común
Sin nombre ni fecha alguna
Si un pájaro bate alas
Es Gaudêncio envuelto en plumas

Quien quiera llevar ofrenda
A Gaudêncio en noche oscura
Lleve buen trago de venta
Mate amargo y rapadura

Escrita por: Luiz Coronel / Marco Aurélio Vasconcellos