395px

Navegando Entre Los Faros

Marco Aurélio Vasconcellos

Navegando Entre Os Faróis

Era a visão derradeira
De cada barco partindo
A luz de um farol ao longe
A terra Natal sumindo

Atrás ficavam as aldeias
As plantações já minguadas
Qualquer destino é esperança
Para aqueles que não tem nada

Adeus, pai e mãe, me abençoem
Que eu sonho ainda em voltar
Mas é pequeno o meu tempo
E é tão imenso esse mar

Aqui mesclaram seus sangues
Seus sotaques, suas memórias
E, hoje, os seus sobrenomes
São partes da nossa história

Depois de noites eternas
De dias de chuva e de Sol
Ao longe avistavam a terra
Na luz de um outro farol

Se lá a guerra era a lei
Aqui, o pão compartido
Imigrantes de mil pagos
Ao sul do planeta, unidos

Assim chegaram ao sul
Canários, bascos, galegos
Vinham fazer sua América
Tentar um novo começo

E foram povoando os campos
E foram erguendo as cidades
Unindo dois continentes
E dois faróis de saudade

Navegando Entre Los Faros

Era la última vista
De cada barco partiendo
La luz de un faro a lo lejos
La tierra natal desapareciendo

Quedaban atrás los pueblos
Las plantaciones ya escasas
Cualquier destino es esperanza
Para aquellos que no tienen nada

Adiós, padre y madre, bendíganme
Que aún sueño con volver
Pero mi tiempo es corto
Y tan inmenso es este mar

Aquí se mezclaron sus sangres
Sus acentos, sus memorias
Y hoy, sus apellidos
Son parte de nuestra historia

Después de noches eternas
De días de lluvia y de sol
A lo lejos divisaban la tierra
En la luz de otro faro

Si allá la guerra era la ley
Aquí, el pan compartido
Inmigrantes de mil lugares
Al sur del planeta, unidos

Así llegaron al sur
Canarios, vascos, gallegos
Venían a hacer su América
Intentar un nuevo comienzo

Y fueron poblando los campos
Y fueron levantando las ciudades
Uniendo dos continentes
Y dos faros de añoranza

Escrita por: Ivo Ladislau / Marco Aurélio Vasconcellos / Martim César Gonçalves